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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Mais um artigo lamentável sobre BORDERLINE

Volta e meia encontro artigos notáveis sobre este assunto mas frequentemente encontro só porcaria, mas há uns que se destacam melhor que outros e este é um deles, é daqueles que dá a volta ao estômago, este sim se eu tivesse um terapeuta idiota destes eu seria borderline a 200% e partiria para a ignorância provavelmente, pessoas assim podem ser terapeutas? Espero que realmente tenha sido o jornalista que deturpou tudo o que o médico disse e fez este belo artigo, se bem que há afirmações aqui que definitivamente nenhum médico deveria dizer:

http://galileu.globo.com/edic/94/comportamento1.htm


Na fronteira da loucura
Borderline, o distúrbio de personalidade que leva as pessoas a desatinos

Por cláudio fragata lopes
ilustrações rogério A. nunes



Você deve se lembrar do filme Atração Fatal, de Adrian Lyne. Nele a atriz Glenn Close vive uma executiva que seduz um advogado casado, interpretado por Michael Douglas. Ela, no entanto, não aceita a idéia de um simples caso de fim de semana e, menos ainda, a frustração do abandono. Começa aí uma perseguição doentia, onde explosões de agressividade, chantagem emocional, tentativa de suicídio, automutilação e invasão de privacidade fazem parte de um esforço obsessivo para ficar ao lado do homem que ama. Nesse vale-tudo, sua fúria se estende à esposa e à filha do advogado com o objetivo de intimidá-lo. Claro que a história termina em tragédia. Mas fatos como esses, que dão roteiros de tirar o fôlego, não acontecem apenas no cinema. Existem, na vida real, pessoas que se comportam exatamente como a personagem de Glenn Close. São aquelas que sofrem de um gravíssimo distúrbio de personalidade conhecido como borderline, palavra inglesa que significa fronteiriço. O nome já diz tudo: elas vivem no limite da sanidade, sem contudo encaixarem-se em nenhum quadro conhecido de doença mental ou neurológica. Suas vidas são uma eterna roleta russa. Costumam ter variações repentinas de humor, não conseguem controlar a raiva e tornam-se muito agressivas diante da menor contrariedade. Nesses rompantes de ódio, podem quebrar a casa inteira e também quem estiver por perto. Agem sempre impulsivamente, abusando muitas vezes do álcool e das drogas, comendo demais ou praticando sexo de forma compulsiva.

Sempre insatisfeitos, os borderlines queixam-se com freqüência de sensação de vazio interior. Quando se sentem rejeitados ou querem manipular alguém, tentam o suicídio ou praticam a automutilação. Não é para menos que estão entre os casos mais difíceis da psiquiatria.
"Não se trata de uma doença, mas de um distúrbio de conduta, que tem como conseqüência sérios prejuízos não só para o próprio indivíduo, como para as pessoas que o cercam", explica o psiquiatra e psicanalista Oswaldo Ferreira Leite, diretor do Serviço de Psicoterapia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, onde, junto com outros especialistas, vem desenvolvendo um tipo específico de psicoterapia para o tratamento desses casos. "Os pacientes borderline não vivem fora da realidade e nem dizem coisas delirantes, mas, ao mesmo tempo, não se ajustam, não evoluem, nunca alcançam a realização pessoal."

Claro que com tal comportamento, os borderlines têm enormes dificuldades de relacionamento social, agravadas pelo sentimento constante de rejeição e não-aceitação. Estão sempre criando caso e raramente permanecem muito tempo casados ou no mesmo emprego. Aliás, na área afetiva, parecem ter um talento especial para se envolver em relações tumultuadas, ao mesmo tempo intensas e instáveis. Em contrapartida, quando se sentem aceitos por alguém, fazem um esforço sobre-humano para evitar o abandono, mesmo quando não há razões concretas para isso. É comum, neste caso, "grudarem" no objeto amado de modo doentio, a ponto de a outra pessoa não agüentar a relação sufocante. "Tal é o grau de desordem de suas vidas, que os pacientes borderline geralmente viram caso de polícia antes de virarem caso de psiquiatria", afirma Oswaldo. "Como não toleram frustração e não controlam a impulsividade, acabam se envolvendo na criminalidade antes de receber qualquer ajuda médica ou psicoterápica."

Descontrole-padrão
Claro que nem todos eles cometem atos criminosos, mas são tipos potencialmente perigosos quando têm uma arma na mão. Qualquer um pode perder momentaneamente o controle das emoções, mas no caso dos borderlines o padrão anormal de comportamento é permanente. Por isso, é muito comum que procurem o serviço de psiquiatria para tratar de outros problemas, como a dependência de drogas ou uma tentativa frustrada de suicídio. Só então é que o transtorno borderline é diagnosticado.

Este foi o caso de E. S., de 27 anos, levada ao ambulatório de psiquiatria por intoxicação de álcool e drogas. Filha caçula de uma família de dez irmãos e fruto de uma gravidez indesejada, começou a ter dificuldade nos estudos e nos relacionamentos sociais ainda adolescente. Foi quando se envolveu com drogas, passando a ter uma vida sexual promíscua e conturbada. Depois do tratamento de desintoxicação, outras facetas de sua personalidade foram aparecendo. Revelou-se uma pessoa impulsiva, com graves dificuldades de adaptação e de constante variação de humor. Incapaz de conviver em grupo, vivia criando casos na enfermaria onde ficou internada, exigindo toda a atenção do mundo para si. Logo o diagnóstico foi fechado: transtorno de personalidade borderline. Embora as manifestações do problema apareçam na infância e avancem ao longo da vida, o diagnóstico só pode ser feito na idade adulta, quando a personalidade já está formada. Mesmo assim, a imaturidade parece ser um dos traços dominantes desses pacientes. "Eles atuam como eternas crianças birrentas, que esperneiam, não aceitam limites", descreve Oswaldo. "O que se tem constatado é que sua história de vida está sempre marcada por uma rejeição primitiva, geralmente relacionada à gravidez indesejada ou ao abandono mesmo."

Os borderlines são também "fronteiriços" do ponto de vista do tratamento. Este é o outro lado problemático da mesma moeda. Sem se encaixar exatamente nos diagnósticos psiquiátricos e psicológicos, nem sempre os pacientes com esse tipo de transtorno de personalidade reagem bem à medicação ou às sessões de psicoterapia.

Relação complicada
Neste último caso, a dificuldade é ainda maior. O tratamento psicoterápico está fundamentado na relação entre o terapeuta e o paciente, o que é quase impossível de se estabelecer com os borderlines, pessoas incapazes de manter vínculos, indisciplinadas demais para comparecer a sessões regulares e sem a menor noção de limites individuais. "Este tem sido nosso desafio", esclarece Oswaldo. "No Instituto de Psiquiatria há um grupo experimental, formado por psicanalistas, que vem tentando aperfeiçoar algumas técnicas que fortaleçam e aprofundem o vínculo com esses pacientes." Inspirado nas idéias do psicanalista austríaco Otto Kernberg, que estruturou uma teoria psicodinâmica para explicar o funcionamento mental dos pacientes borderline, o grupo aplica uma psicoterapia que dá maior ênfase à transferência e à contratransferência (leia quadro). A imposição de limites é outra condição fundamental: "É um pressuposto indispensável não só para o paciente tolerar o tratamento, mas para o terapeuta suportar o paciente", admite o psiquiatra Daniel Boleira Sieiro Guimarães, também do Instituto de Psiquiatria. "Tratar de um borderline é como pilotar um navio numa tempestade. É uma provocação constante. O terapeuta tem que estar ciente disso antes de começar seu trabalho."

Daniel afirma que não é todo psicoterapeuta que suporta a carga pesada de casos como esses. Ele acredita que só o trabalho em equipe, feito com o suporte de uma instituição médica, seja realmente eficaz. Essa também é a opinião de Oswaldo Leite: "Embora seja um trabalho pioneiro, temos obtido bons resultados", garante. Mas ambos admitem que não existe cura definitiva para o distúrbio. O que o tratamento proporciona é um controle maior das emoções do paciente, que pode adquirir um pouco mais de autonomia no convívio com os outros e consigo mesmo. "O transtorno borderline é a aids da psiquiatria", compara o médico. "Não tem cura, mas com o tratamento pode-se diminuir o sofrimento dessas pessoas. Esta é ainda a única forma de ajudá-las a viver um pouco melhor."

Antes de virar caso psiquiátrico,o paciente borderline geralmente vira caso de polícia

Transferência e contratransferência
A transferência, na definição freudiana, é o nome que se dá aos sentimentos experimentados pelo paciente na terapia. São repetições inconscientes de situações vivenciadas por ele no passado e que são deslocadas para o terapeuta. A contratransferência diz respeito às manifestações emocionais do terapeuta em relação ao paciente, que devem ser conscientes e controladas para serem usadas como instrumento de trabalho. No caso de borderlines, os psicoterapeutas precisam ser habilidosos na identificação
dessas reações.

Glenn Close e Michael Douglas em Atração Fatal: perseguição doentia

Oswaldo Leite, do Instituto de Psiquiatria da USP

Uma estrela borderline
Embora o transtorno não tivesse sido ainda descrito à época de sua morte, Marylin Monroe talvez fosse hoje diagnosticada como uma borderline. Com sérios problemas de rejeição e abandono na infância, que mais tarde se refletiram na vida adulta, a atriz nunca conseguiu manter relações duradouras. Seus casamentos com Joe di Maggio e Arthur Miller foram muito conturbados. Frágil, sempre necessitando dos cuidados e aprovação alheia, Marylin abusou do álcool e sedativos. Nunca escondeu o quanto se sentia infeliz. Talvez tenham sido esses motivos que a levaram ao suicídio. Mesmo a suposição de que a atriz tenha sido assassinada pela Máfia, por causa de seu envolvimento com o presidente americano John Kennedy e, depois, seu irmão Bob, pode ser entendida do ponto de vista borderline. É possível que ela não aceitasse a idéia de um simples caso com os irmãos, nem a de uma forçosa separação por serem ambos casados e ela um perigoso risco para suas carreiras políticas. Pode ser também a explicação para os insist
entes telefonemas dirigidos à Casa Branca provenientes do aparelho da atriz.

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O que falhou?

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NEM TODOS OS BORDERLINES SÃO A GLENN CLOSE EM ATRACÇÃO FATAL E ISSO DEVIA TER FICADO BEM CLARO NESTE ARTIGO MAS NÃO FICOU
.

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Borderline o nome já diz tudo? O nome sugere algo sobre a doença, mas não diz tudo.


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Borderline é uma doença, e grave.


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Conseguimos controlar a raiva com medicação adequada não partimos a casa toda nem as pessoas, isso acontece é um facto, mas não a toda a hora.


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"Quando se sentem rejeitados ou querem manipular alguém, tentam o suicídio ou praticam a automutilação. Não é para menos que estão entre os casos mais difíceis da psiquiatria." Há muitas formas de manipular essas duas podem estar incluídas ou não, não são as únicas, ameaças suicidas é diferente de tentativas de suicídio. Caso difícil foi deixarem a pessoa que escreveu este texto o ter publicado.


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"Não se trata de uma doença, mas de um distúrbio de conduta, que tem como conseqüência sérios prejuízos não só para o próprio indivíduo, como para as pessoas que o cercam" só faltou dizer que é capricho e já agora que nos batam para ver se endireitamos, porque não?


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"Os pacientes borderline não vivem fora da realidade e nem dizem coisas delirantes, mas, ao mesmo tempo, não se ajustam, não evoluem, nunca alcançam a realização pessoal."


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"Como não toleram frustração e não controlam a impulsividade, acabam se envolvendo na criminalidade antes de receber qualquer ajuda médica ou psicoterápica." Mais uma vez aqui devia frisar muito bem ALGUNS, eu conheço muitos, e a grande maioria, nunca chegou sequer a "virar" caso de polícia.


-"Os borderlines são também "fronteiriços" do ponto de vista do tratamento. Este é o outro lado problemático da mesma moeda. Sem se encaixar exactamente nos diagnósticos psiquiátricos e psicológicos, nem sempre os pacientes com esse tipo de transtorno de personalidade reagem bem à medicação ou às sessões de psicoterapia. "

GRAÇAS A ESTE TIPO DE AFIRMAÇÃO já apanhei uma terapeuta que entrou logo a matar comigo "Borderlines são pacientes difíceis, sabes que vamos ter um longo e difícil caminho pela frente" ela tentava brincar e manipular-me mais que qualquer borderline alguma vez faria, a terapia tornou-se insuportável, óbvio que mudei de psiquiatra, saia de lá a sentir-me ainda mais doente e não percebia que raio estavam a tentar fazer comigo. Fiquei com a ideia de que ela era nova e estúpida e se deixava afectar por ideias e preconceitos e pelos estigmas que a DOENÇA induz devido a borderlines mais difíceis e a artigos mal escritos que levam certos terapeutas a tornarem-se maus, lembrem-se que antes de TERMOS esta ou aquela doença SOMOS Seres Humanos e reagimos de diferentes maneiras. Sou a Exah, um individuo, se lerem sobre borderline não vão conhecer-me e saber tudo sobre mim. Percebem?

E depois porque é que nestes artigos não se fala da medicação? (que ajuda a fazer com que fiquemos mais calmos e estáveis a nível de humor) Só tentam denegrir o borderline, como um ser impulsivo, violento e sexualmente promiscuo e segundo este artigo nem sequer é doente. Pois bem este artigo devia também mencionar que dentro de todas as doenças psiquiátricas os que sofrem de TPL são os que mais se suicidam, é a doença mais difícil de tratar, sentimos que não pertencemos a lugar nenhum que somos rejeitados por todos e já agora muito obrigada por nos obrigarem a ler merdas dessas, a nós, aos nossos amigos e familiares, assim eles ainda sentem mais medo de estar connosco e nós sentimos ainda mais vergonha do que somos. Que tal ensinar a lidar com o borderline e ensinar o borderline a lidar com este turbilhão de sentimentos que aparecem não sei de onde e não vão embora?

2 comentários:

esqueci a ana (ex-ana) disse...

Li em diagonal o 'artigo' e o teu comentário na totalidade. Apesar de eu não conhecer a doença tens muita razão nos comentários que fazes. Nem vale a pena contestar os jornalistas, alguns jornalistas entenda-se. O jornalista deve ter deturpado o que o médico disse...disse mesmo que não era uma doença???
Médicos preconceituosos e ignorantes também existem claro. E o dito filme já tem sido usado para discursos moralistas mais variados...é mais um este agora.

Exahmia disse...

Não posso afirmar a pés juntos que ele disse isso mas no artigo a frase do médico aparece entre aspas mas também já vi que há frases no artigo retiradas da wikipédia ou será que quem escreveu na wikipédia as foi buscar ao artigo? Não sei.SE vires o link no fim aparece o nome da clinica e o contacto do médico logo o artigo deve estar creditado, não publiquei isso por uma questão de ética pessoal não quis mencionar o nome da clínica e contactos aqui no meu blog.

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