topbella

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Desarrumada

Porque é que quando era adolescente era tão normal ter o quarto todo desarrumado e agora não só não faz o menor sentido como me incomoda tanto? E é tão difícil manter as coisas arrumadas. Ontem arrumei a casa toda e hoje acordei com ela toda virada do avesso, não suporto isto. Sinto uma raiva, uns calores, um ódio. Que merda faço eu de noite, que possa provocar isto? Tenho de fazer um esforço enorme para entender como possa ser possível ser tão difícil manter este simples T1 arrumado, sempre foi tão simples e agora é cada vez mais insuportavelmente difícil. Tudo é difícil para mim, comer, não comer, ver pessoas, não as ver, ouvir ruído, escolher que música ouvir, conseguir não me irritar... queria tanto não me irritar. Saber o que fazer, gostava de saber o que fazer, mas... é tão difícil, é confuso.

Ando com uma enorme vontade de me cortar, como se isso fosse resolver alguma coisa, alivia na hora, mas é só na hora...
Penso em morrer, penso nisso mais do que o que gostaria, não sei se quero, mas no fundo eu sei e sempre soube que é apenas uma questão de dias, é uma bomba relógio dentro de mim, não posso realmente fugir dela e eu não quero tal como não aceito viver com esta doença nem nunca aceitei.

Acho quando me dizem "Não tem cura mas tem tratamento" é apenas mais uma mentira para um fim qualquer estúpido, porque não é ético mandar pessoas se matarem ou dizer-lhes verdades cruéis, lembro-me que na minha primeira tentativa de suicido (escolhi uma maneira que me fez sofrer muito) mal entrei nas urgências um dos enfermeiros bruto como a real puta que o pariu me disse "Mais valia te teres atirado da ponte da xxx , agora prepara-te para sofrer ainda mais." e ele tinha razão, ao menos disse a verdade, ninguém dos que se atiraram daquela ponte sobreviveram até hoje se sofreram ou não isso já não sei mas pelo menos não tiveram que ouvir um cabrão daqueles como eu tive. Paz às suas almas.

Se eu nunca me senti de outra forma, sempre fui assim, não devia estar habituada? Afinal esta é a única realidade que eu conheço, sim, concordo que seja verdade. Contudo, uma alma continuadamente torturada é uma alma torturada, atormentada seja para uma pessoa comum ou não, somos todos Seres Humanos quer queiramos quer não, e eu também sou. Bipolar, Borderline ou não antes de tudo sou um Ser Vivo e sinto.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Abrindo as portas...

Estou assustada.
Sinto sempre, sempre, sempre quanto ela está a chegar.
É inevitável, afinal já nos conhecemos tão bem.
E eu choro, choro, choro.
Coloco uma mão sobre a outra, olho para o vazio e balanço o corpo.
Respiro fundo e controlo as lágrimas. Tento distrair-me e afastar o medo, ela sente quando tenho medo.
Ficou angustiada mas digo para mim mesma "Só mais um dia.. aguenta só mais este."
Começo a duvidar que seja real, o meu coração bate mais forte, tenho medo de sair de casa, tenho medo de sair e ver pessoas. Como vou reagir hoje à rua? Se não sair, como ontem, amanhã também não saio, e aí ela vem de certeza, depois vai me apanhar... não quero que ela me apanhe... as lágrimas caiem de novo, e os soluços começam a acompanhar o choro. Tenho medo, tenho medo, tenho medo! Junto as mãos e fecho os olhos, balanço o corpo, respiro fundo e continuo a escrever "vai correr tudo bem, não, não vai, ninguém te quer, ...," páro, mecho os olhos, olho para a direita e depois para a esquerda. sem mexer a cabeça, depois movo a cabeça e o corpo, respiro fundo e deixo cair os ombros "Sim não está aqui ninguém, ninguém me quer!" Qual é a finalidade de resistir a ela, a loucura, está sempre a espreitar, na minha porta, já deixei a solidão entrar e não doeu assim tanto, é quem eu sou afinal. Para que continuar a resistir e a adiar algo que me vai vencer, é desgastante, é assustador, é um tormento, e no fim de contas é a única coisa que me quer.

Edgar Allan Poe disse "Para se ser feliz até certo ponto é preciso ter se sofrido até esse mesmo ponto." quem me diz a mim que a minha felicidade não passa por parar de resistir ao que eu realmente sou, sem máscaras, de uma vez por todas?!

Mais um artigo lamentável sobre BORDERLINE

Volta e meia encontro artigos notáveis sobre este assunto mas frequentemente encontro só porcaria, mas há uns que se destacam melhor que outros e este é um deles, é daqueles que dá a volta ao estômago, este sim se eu tivesse um terapeuta idiota destes eu seria borderline a 200% e partiria para a ignorância provavelmente, pessoas assim podem ser terapeutas? Espero que realmente tenha sido o jornalista que deturpou tudo o que o médico disse e fez este belo artigo, se bem que há afirmações aqui que definitivamente nenhum médico deveria dizer:

http://galileu.globo.com/edic/94/comportamento1.htm


Na fronteira da loucura
Borderline, o distúrbio de personalidade que leva as pessoas a desatinos

Por cláudio fragata lopes
ilustrações rogério A. nunes



Você deve se lembrar do filme Atração Fatal, de Adrian Lyne. Nele a atriz Glenn Close vive uma executiva que seduz um advogado casado, interpretado por Michael Douglas. Ela, no entanto, não aceita a idéia de um simples caso de fim de semana e, menos ainda, a frustração do abandono. Começa aí uma perseguição doentia, onde explosões de agressividade, chantagem emocional, tentativa de suicídio, automutilação e invasão de privacidade fazem parte de um esforço obsessivo para ficar ao lado do homem que ama. Nesse vale-tudo, sua fúria se estende à esposa e à filha do advogado com o objetivo de intimidá-lo. Claro que a história termina em tragédia. Mas fatos como esses, que dão roteiros de tirar o fôlego, não acontecem apenas no cinema. Existem, na vida real, pessoas que se comportam exatamente como a personagem de Glenn Close. São aquelas que sofrem de um gravíssimo distúrbio de personalidade conhecido como borderline, palavra inglesa que significa fronteiriço. O nome já diz tudo: elas vivem no limite da sanidade, sem contudo encaixarem-se em nenhum quadro conhecido de doença mental ou neurológica. Suas vidas são uma eterna roleta russa. Costumam ter variações repentinas de humor, não conseguem controlar a raiva e tornam-se muito agressivas diante da menor contrariedade. Nesses rompantes de ódio, podem quebrar a casa inteira e também quem estiver por perto. Agem sempre impulsivamente, abusando muitas vezes do álcool e das drogas, comendo demais ou praticando sexo de forma compulsiva.

Sempre insatisfeitos, os borderlines queixam-se com freqüência de sensação de vazio interior. Quando se sentem rejeitados ou querem manipular alguém, tentam o suicídio ou praticam a automutilação. Não é para menos que estão entre os casos mais difíceis da psiquiatria.
"Não se trata de uma doença, mas de um distúrbio de conduta, que tem como conseqüência sérios prejuízos não só para o próprio indivíduo, como para as pessoas que o cercam", explica o psiquiatra e psicanalista Oswaldo Ferreira Leite, diretor do Serviço de Psicoterapia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, onde, junto com outros especialistas, vem desenvolvendo um tipo específico de psicoterapia para o tratamento desses casos. "Os pacientes borderline não vivem fora da realidade e nem dizem coisas delirantes, mas, ao mesmo tempo, não se ajustam, não evoluem, nunca alcançam a realização pessoal."

Claro que com tal comportamento, os borderlines têm enormes dificuldades de relacionamento social, agravadas pelo sentimento constante de rejeição e não-aceitação. Estão sempre criando caso e raramente permanecem muito tempo casados ou no mesmo emprego. Aliás, na área afetiva, parecem ter um talento especial para se envolver em relações tumultuadas, ao mesmo tempo intensas e instáveis. Em contrapartida, quando se sentem aceitos por alguém, fazem um esforço sobre-humano para evitar o abandono, mesmo quando não há razões concretas para isso. É comum, neste caso, "grudarem" no objeto amado de modo doentio, a ponto de a outra pessoa não agüentar a relação sufocante. "Tal é o grau de desordem de suas vidas, que os pacientes borderline geralmente viram caso de polícia antes de virarem caso de psiquiatria", afirma Oswaldo. "Como não toleram frustração e não controlam a impulsividade, acabam se envolvendo na criminalidade antes de receber qualquer ajuda médica ou psicoterápica."

Descontrole-padrão
Claro que nem todos eles cometem atos criminosos, mas são tipos potencialmente perigosos quando têm uma arma na mão. Qualquer um pode perder momentaneamente o controle das emoções, mas no caso dos borderlines o padrão anormal de comportamento é permanente. Por isso, é muito comum que procurem o serviço de psiquiatria para tratar de outros problemas, como a dependência de drogas ou uma tentativa frustrada de suicídio. Só então é que o transtorno borderline é diagnosticado.

Este foi o caso de E. S., de 27 anos, levada ao ambulatório de psiquiatria por intoxicação de álcool e drogas. Filha caçula de uma família de dez irmãos e fruto de uma gravidez indesejada, começou a ter dificuldade nos estudos e nos relacionamentos sociais ainda adolescente. Foi quando se envolveu com drogas, passando a ter uma vida sexual promíscua e conturbada. Depois do tratamento de desintoxicação, outras facetas de sua personalidade foram aparecendo. Revelou-se uma pessoa impulsiva, com graves dificuldades de adaptação e de constante variação de humor. Incapaz de conviver em grupo, vivia criando casos na enfermaria onde ficou internada, exigindo toda a atenção do mundo para si. Logo o diagnóstico foi fechado: transtorno de personalidade borderline. Embora as manifestações do problema apareçam na infância e avancem ao longo da vida, o diagnóstico só pode ser feito na idade adulta, quando a personalidade já está formada. Mesmo assim, a imaturidade parece ser um dos traços dominantes desses pacientes. "Eles atuam como eternas crianças birrentas, que esperneiam, não aceitam limites", descreve Oswaldo. "O que se tem constatado é que sua história de vida está sempre marcada por uma rejeição primitiva, geralmente relacionada à gravidez indesejada ou ao abandono mesmo."

Os borderlines são também "fronteiriços" do ponto de vista do tratamento. Este é o outro lado problemático da mesma moeda. Sem se encaixar exatamente nos diagnósticos psiquiátricos e psicológicos, nem sempre os pacientes com esse tipo de transtorno de personalidade reagem bem à medicação ou às sessões de psicoterapia.

Relação complicada
Neste último caso, a dificuldade é ainda maior. O tratamento psicoterápico está fundamentado na relação entre o terapeuta e o paciente, o que é quase impossível de se estabelecer com os borderlines, pessoas incapazes de manter vínculos, indisciplinadas demais para comparecer a sessões regulares e sem a menor noção de limites individuais. "Este tem sido nosso desafio", esclarece Oswaldo. "No Instituto de Psiquiatria há um grupo experimental, formado por psicanalistas, que vem tentando aperfeiçoar algumas técnicas que fortaleçam e aprofundem o vínculo com esses pacientes." Inspirado nas idéias do psicanalista austríaco Otto Kernberg, que estruturou uma teoria psicodinâmica para explicar o funcionamento mental dos pacientes borderline, o grupo aplica uma psicoterapia que dá maior ênfase à transferência e à contratransferência (leia quadro). A imposição de limites é outra condição fundamental: "É um pressuposto indispensável não só para o paciente tolerar o tratamento, mas para o terapeuta suportar o paciente", admite o psiquiatra Daniel Boleira Sieiro Guimarães, também do Instituto de Psiquiatria. "Tratar de um borderline é como pilotar um navio numa tempestade. É uma provocação constante. O terapeuta tem que estar ciente disso antes de começar seu trabalho."

Daniel afirma que não é todo psicoterapeuta que suporta a carga pesada de casos como esses. Ele acredita que só o trabalho em equipe, feito com o suporte de uma instituição médica, seja realmente eficaz. Essa também é a opinião de Oswaldo Leite: "Embora seja um trabalho pioneiro, temos obtido bons resultados", garante. Mas ambos admitem que não existe cura definitiva para o distúrbio. O que o tratamento proporciona é um controle maior das emoções do paciente, que pode adquirir um pouco mais de autonomia no convívio com os outros e consigo mesmo. "O transtorno borderline é a aids da psiquiatria", compara o médico. "Não tem cura, mas com o tratamento pode-se diminuir o sofrimento dessas pessoas. Esta é ainda a única forma de ajudá-las a viver um pouco melhor."

Antes de virar caso psiquiátrico,o paciente borderline geralmente vira caso de polícia

Transferência e contratransferência
A transferência, na definição freudiana, é o nome que se dá aos sentimentos experimentados pelo paciente na terapia. São repetições inconscientes de situações vivenciadas por ele no passado e que são deslocadas para o terapeuta. A contratransferência diz respeito às manifestações emocionais do terapeuta em relação ao paciente, que devem ser conscientes e controladas para serem usadas como instrumento de trabalho. No caso de borderlines, os psicoterapeutas precisam ser habilidosos na identificação
dessas reações.

Glenn Close e Michael Douglas em Atração Fatal: perseguição doentia

Oswaldo Leite, do Instituto de Psiquiatria da USP

Uma estrela borderline
Embora o transtorno não tivesse sido ainda descrito à época de sua morte, Marylin Monroe talvez fosse hoje diagnosticada como uma borderline. Com sérios problemas de rejeição e abandono na infância, que mais tarde se refletiram na vida adulta, a atriz nunca conseguiu manter relações duradouras. Seus casamentos com Joe di Maggio e Arthur Miller foram muito conturbados. Frágil, sempre necessitando dos cuidados e aprovação alheia, Marylin abusou do álcool e sedativos. Nunca escondeu o quanto se sentia infeliz. Talvez tenham sido esses motivos que a levaram ao suicídio. Mesmo a suposição de que a atriz tenha sido assassinada pela Máfia, por causa de seu envolvimento com o presidente americano John Kennedy e, depois, seu irmão Bob, pode ser entendida do ponto de vista borderline. É possível que ela não aceitasse a idéia de um simples caso com os irmãos, nem a de uma forçosa separação por serem ambos casados e ela um perigoso risco para suas carreiras políticas. Pode ser também a explicação para os insist
entes telefonemas dirigidos à Casa Branca provenientes do aparelho da atriz.

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O que falhou?

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NEM TODOS OS BORDERLINES SÃO A GLENN CLOSE EM ATRACÇÃO FATAL E ISSO DEVIA TER FICADO BEM CLARO NESTE ARTIGO MAS NÃO FICOU
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Borderline o nome já diz tudo? O nome sugere algo sobre a doença, mas não diz tudo.


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Borderline é uma doença, e grave.


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Conseguimos controlar a raiva com medicação adequada não partimos a casa toda nem as pessoas, isso acontece é um facto, mas não a toda a hora.


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"Quando se sentem rejeitados ou querem manipular alguém, tentam o suicídio ou praticam a automutilação. Não é para menos que estão entre os casos mais difíceis da psiquiatria." Há muitas formas de manipular essas duas podem estar incluídas ou não, não são as únicas, ameaças suicidas é diferente de tentativas de suicídio. Caso difícil foi deixarem a pessoa que escreveu este texto o ter publicado.


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"Não se trata de uma doença, mas de um distúrbio de conduta, que tem como conseqüência sérios prejuízos não só para o próprio indivíduo, como para as pessoas que o cercam" só faltou dizer que é capricho e já agora que nos batam para ver se endireitamos, porque não?


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"Os pacientes borderline não vivem fora da realidade e nem dizem coisas delirantes, mas, ao mesmo tempo, não se ajustam, não evoluem, nunca alcançam a realização pessoal."


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"Como não toleram frustração e não controlam a impulsividade, acabam se envolvendo na criminalidade antes de receber qualquer ajuda médica ou psicoterápica." Mais uma vez aqui devia frisar muito bem ALGUNS, eu conheço muitos, e a grande maioria, nunca chegou sequer a "virar" caso de polícia.


-"Os borderlines são também "fronteiriços" do ponto de vista do tratamento. Este é o outro lado problemático da mesma moeda. Sem se encaixar exactamente nos diagnósticos psiquiátricos e psicológicos, nem sempre os pacientes com esse tipo de transtorno de personalidade reagem bem à medicação ou às sessões de psicoterapia. "

GRAÇAS A ESTE TIPO DE AFIRMAÇÃO já apanhei uma terapeuta que entrou logo a matar comigo "Borderlines são pacientes difíceis, sabes que vamos ter um longo e difícil caminho pela frente" ela tentava brincar e manipular-me mais que qualquer borderline alguma vez faria, a terapia tornou-se insuportável, óbvio que mudei de psiquiatra, saia de lá a sentir-me ainda mais doente e não percebia que raio estavam a tentar fazer comigo. Fiquei com a ideia de que ela era nova e estúpida e se deixava afectar por ideias e preconceitos e pelos estigmas que a DOENÇA induz devido a borderlines mais difíceis e a artigos mal escritos que levam certos terapeutas a tornarem-se maus, lembrem-se que antes de TERMOS esta ou aquela doença SOMOS Seres Humanos e reagimos de diferentes maneiras. Sou a Exah, um individuo, se lerem sobre borderline não vão conhecer-me e saber tudo sobre mim. Percebem?

E depois porque é que nestes artigos não se fala da medicação? (que ajuda a fazer com que fiquemos mais calmos e estáveis a nível de humor) Só tentam denegrir o borderline, como um ser impulsivo, violento e sexualmente promiscuo e segundo este artigo nem sequer é doente. Pois bem este artigo devia também mencionar que dentro de todas as doenças psiquiátricas os que sofrem de TPL são os que mais se suicidam, é a doença mais difícil de tratar, sentimos que não pertencemos a lugar nenhum que somos rejeitados por todos e já agora muito obrigada por nos obrigarem a ler merdas dessas, a nós, aos nossos amigos e familiares, assim eles ainda sentem mais medo de estar connosco e nós sentimos ainda mais vergonha do que somos. Que tal ensinar a lidar com o borderline e ensinar o borderline a lidar com este turbilhão de sentimentos que aparecem não sei de onde e não vão embora?

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

É como uma confusão que é tranquila

Tomei banho, comecei a sentir medo, medo de voltar a ter ataques de pânico e de não ter ninguém por perto "Já estiveste pior, e estava igualmente sozinha e de alguma forma suportaste e soubeste conduzir bem a tua vida" parece piada este pensamento. Cheguei a acordar no chão da sala, não devo ter tido forças para chegar ao quarto e fiquei no tapete da sala mesmo. Quando morava acompanhada encontraram-me desmaiada no chão da cozinha de baixo da mesa, teimo muitas vezes em comer de noite e depois por vezes dá nisso, essa altura por sorte caí bem e não espetei a faca que usei para cortar o pão em mim, a minha amiga ajudou me e levou-me para a minha cama e deu me comida, disse que não era muito comum as pessoas dormirem e comerem mas eu ficava feliz a fazer aquilo, mas não ficava é uma maneira de me auto-mutilar, como e como e depois fico com remorsos e quando engordo ou sinto que engordo vomito. Ultimamente ando a comer de madrugada e a ver series sem parar mas não vomito apenas abuso das series e da comida e deixo que elas me controlem.
Saí do banho e os olhos piscavam e ardiam, fiquei assustada e tomei o meu calmante do almoço, como acordei tarde tomei a medicação do pequeno almoço (estabilizador e calmante) ao almoço e agora (ao lanche) tomei o calmante do almoço. Ao vestir-me vi que tinha a mão com algum sangue, cortei-me não sei como e nem percebi, agora que vi, percebi que ardia, e percebi também que tinha trocado o meu estabilizador pelo meu antipsicótico e estava era a morrer de sono, numa tentativa desesperada fiz um café horrores de forte, ridículo, café comigo não funciona muito então depois de um antipscótico nem pensar e se lutar contra ele, só fico é embriagada. Tomei o estabilizador em falta e telefonei para duas amigas para pedir um conselho, pois este meu banho tinha a finalidade de me vestir e arranjar para depois ir para o curso de representação e se não vou tenho de avisar. Podia inventar uma desculpa, mas mais tarde ou mais cedo tenho de explicar o que se passa comigo. Situações assim nunca me aconteceram, é verdade que já inventei que tomei comprimidos acidentalmente e cheguei a tomar mesmo comprimidos para me livrar de compromissos chatos (desta forma não era bem mentira) mas nunca tinha passado por tomar comprimidos errados sem querer.
Tenho sentido que estou a ficar parece que demente (palavra muito forte) talvez a voltar a descompensar, sinto tanta dificuldade em tomar conta de mim, esqueço-me de tudo com tanta facilidade, ontem foi do telemóvel, perdi-o na minha própria casa e só o encontrei hoje e por acaso, levo coisas para lugares errados, levei o aquecedor para a casa de banho e era par a sala, vou fazer uma coisa simples agora já e 2 segundos depois esqueci o que era, custa e imenso cuidar de mim, vestir-me sem que pareça uma miserável, custa combinar coisas, não é as crises de mulher "Oh! Não tenho nada que vestir!" não é isso.
Passei o dia a chorar e nem dei conta, quer dizer não dei logo conta, não dei conta de que estava a chorar.
As alucinações olfactivas estão mais intensas nesta fase e pela primeira vez estou a ter alucinações olfactivas desagradáveis, antes era apenas sobre florais e perfumes sempre magníficos, agora já aconteceu serem desagradáveis como um cheiro a mofo, casas desabitadas, coisas assim mais pesadas, quase insuportáveis, quase tanto quanto as alucinações auditivas.
Sinto-me desprezada por todos, tenho sonhos recorrentes onde eu sou, ou alguém é, rejeitado.
Hoje depois da formação ia haver uma festa com os meus amigos, já me mandaram mensagens e ligaram e ainda ontem encontrei alguns por acaso na rua e senti o quanto sou querida, gostava tanto de poder ir, mas tive de tomar esta merda... afastei-os tanto e mesmo assim eles gostam de mim, e só de pensar neles e nos abraços que me dão choro, choro porque eles me aceitam e eu não consigo aceitar-me
Não quero ser um desses borderlines condenados a ter um futuro igual ao seu passado. Prefiro a morte ainda que não saiba o que ela é.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sozinha é que estou bem?

Não é que eu não goste de estar acompanhada, apenas estar sozinha foi a maneira que encontrei de me manter segura e sentir menos borderline, não fazendo, ou pelo menos fazendo menos mal a mim e aos que amo. Criando menos desgaste emocional diário tornando assim mais suportável a vivência nesta mente instável. Contudo é horrível não ter com quem partilhar... mas partilhar o que? Esta miséria?! Seria tão injusto para eles.

Enquanto uns são condenados a viver em sociedade eu me condeno à solidão e ao auto-controlo, penso muitas vezes em como seria perdê-lo, mas tenho tanto medo... Hoje uma amiga contou-me sobre uma colega nossa que também é borderline, ela chegou a atirar-se de um 6º andar para não bater na melhor amiga. É... ser um Ser limítrofe é fodido, e ainda há quem escreva que somos seres que só sentem raiva. Sim, sentimos muita raiva e fazemos muita merda em função dessa raiva e de actos impulsivos mas porque sofremos de uma doença mas AMAMOS também e ás vezes fazemos porcarias para proteger quem amamos desta ira que nos consome. E quem a pôs a aqui dentro? Quem é que nos danificou assim tanto? Quem nos magoou a este ponto? Adivinhem lá...
É por vezes quem nos deviam ter amado e protegido não o fez mas ainda assim o borderline é capaz de o fazer. No meu caso, eu só me meto em sarilhos quando é para defender os que amo, ou eu mesma, nunca o fiz de forma gratuita.

domingo, 21 de novembro de 2010

Carta ao Pai Natal num dia NÃO num dia NORMAL

As pessoas sabem que sou doente, não regulo bem, não sou normal, sim não sou normal, e não vamos discutir normalidade.
Não que eu queira ser assim, não é que eu me esforce por ser assim, nem tão pouco tenha pedido ao Pai Natal.
"Querido Pai Natal quando for grande quer ser ainda mais esquisita do que o que já sou agora, quero ficar irritada logo pela manhã, é a primeira coisa que quero sentir, ainda nem os olhos abri e quero sentir ira, o primeiro pensamento/imagem que me irá surgir na mente é eu a gritar até os meus pulmões sangrarem assim não terei forças para falar nenhum disparate ou então teremos a hipotese B abro os olhos sem forças para pensar e fico apática, distimica a olhar o nada e quando tiver forças suficientes ocorre-me "Não sirvo para nada, a minha vida é um desperdício de espaço e eu sirvo para fazer monte apenas, devia engolir uma granada e explodir mas o meu sentido estético não me premite tal, quero os meus membros todos unidos quando morrer e depois serei cremada." plano C passar o resto do dia na eterna melancolia a tentar conter as lágrimas,e isto é algo muito difícil, muito, especialmente quando não temos ninguém, quando tudo o que temos são 5 gatos e uma cadela que não suportam ver me chorar ou berrar, a minha família... não me entendem, fodam-se eles, os meus amigos são cada vez menos e eu afasto cada vez mais as pessoas, decididi que se estiver sozinha me mantenho mais calma e estável e estou tão farta de ser julgada "-Porque estás irritada? -Luta! -Faz alguma sozinha! -O que fizeram para estares assim? -Tem de haver um motivo!" NÃO HÁ!!!! Uma vez alguém descreveu o ser borderline como "viver sem pele", é isso, O MOTIVO É ESSE, gostavam de viver esfolados premanentemente? Sentir tudo não à flor da pêle mas à flor da carne?
Não sei o que fazer, voltei a ter pensamentos que me desanimam porque eu sei que não vai melhorar e eu não sei se sou forte que chegue para aguentar mais isto, pior eu quero isto? Em tempos eu gostava desta tortura, deste sentimento Romântico de miséria como que auto-infligida mas foi só até perceber que não posso fugir dele.
Estou condenada a nunca sentir felicidade, nunca a senti, satisfação nunca soube o que isso é. A esses comentários de que vai melhorar e de que há pessoas que vivem normalmente com isto só me irritam, não é possível viver em normalidade sendo borderline, claramente vocês não são borderline ou não vivem com um, é possível sim ter periodos de estabilidade, mas curtos, isto visto que eu estou na casa dos 20, a idade é um factor chave nesta doença maldita.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Saiu-me o totoloto.



Para que melhor compreendam este post talvez seja melhor ler este aqui antes. Depois disso, fui internada durante 1 mês em regime diurno, o que significa que podia vir dormir a casa - entro em detalhes sobre isso num próximo post.

Muito se discutiu sobre o que se passa comigo, mas parece que após uns longos e intermináveis 15 anos se chegou a uma conclusão, borderline e bipolar...
Não consigo deixar de pensar em como ou no porquê de me ter tornado assim e se em algum momento da minha vida me tornei nisto ou evoluí para isto, então talvez se descobrir quando tal se deu, talvez seja possível corrigir-me... mas não funciona assim, pois não? Vai ser sempre doer. Não tem cura, não vai melhorar.
Perguntei ao médico ontem "É possível eu não ter nada?" foi aí que ele me disse-me "Não." e que eu tinha traços dos dois distúrbios.
Eu sempre soube que era diferente, todos à minha volta sabiam e ninguém sabia o que fazer com isso. Não culpo ninguém mas por vezes dá vontade de o fazer, se alguém, visto que Pais, família, professores, psicologos da escola, todos percebiam que eu era uma criança fora do comum, que havia algo em mim diferente. Porquê tive de evoluir para isto? E, agora não tenho como voltar atrás.
Provavelmente seja por isso que ainda hoje tenho imensa dificuldade em aceitar elogios, detesto ser elogiada, tento sempre fintar os elogios, de alguma maneira inconscientemente acho que foram os elogios que me estragaram a vida, sempre soube que era única, porque me sentia e sabia que o era, e porque à minha volta todos pareciam sabê-lo e isso só me fazia sentir ainda mais esquisita e ser única era ser um Ser infeliz, sozinho, isolado ainda que no meio de uma multidão de pessoas com quem comunicar mas não falar a mesma linguagem, condenado, amaldiçoado, preso a uma doença sem nome. Enquanto todos queriam ser especiais eu queria ser banal e feliz, fútil e igual mas não podia e é por isso que dos poucos lugares onde me sinto bem é em manicómios ou com os meus amigos, onde não há espaço para ser única, porque quase todos sofrem de alguma "excentricidade" e são forçados a ser únicos como eu e o nosso entendimento uns pelos outros é genuíno porque sabemos o que é viver com um estigma.

O normal é ser desigual, irregular, inconstante, ter repentes e acessos de fúria por motivo nenhum. O normal é algo muito discutível, eu sei, mas para mim é muito simples, deixa de ser normal, quando começa a doer muito, a fazer nos sofrer demais, quando causa uma dor insuportável nas nossas vidas, levando algumas vezes a que prefiramos escolher não sobreviver a isto, e a duração de tal pode ir de minutos, a horas, dias, semanas, meses ou anos e não é uma fase é uma vida inteira assim, é viver assim, viver nesta condição, nestes termos sem conhecer outra realidade, é não ter escolha, e assim sendo para mim este é o meu normal que eu entendo que não devia ser normal, mas não foi uma escolha minha.

sábado, 14 de agosto de 2010

Os Homens, O Sexo e a Roupa





É verdade minhas queridas princesas parece que "levei um sumiço" daqueles (como dizem a maior parte das minhas seguidoras) mas não é verdade, estou aqui. Sempre disse que iria estar por aqui, apenas precisei de um intervalo (enorme).


Aviso já que este texto será mais um daqueles textos esquizofrénicos sem ponta por onde se lhe pegue.

Sem mais demoras, vamos lá ao assunto de hoje, os homens... pois é, aqui a Exah, agora deu lhe para isso, após um ano de jejum (pelos vistos a único coisa que sou boa a jejuar é nisso - mas atenção calma! lol, o peso está controlado nada de engordar, ao menos isso :))
Bem... esqueçam lá o Peluche porque isso não deu em nada, mas é sem dúvida um amor de pessoa, apenas não é homem para mim.

Sorte de merda lá me envolvi com outro homem de medicina, desta vez um médico de 31 anos, autêntico idiota, que após aparentar ser uma pessoa super equilibrada e sã rapidamente quando a Exah se fartou ele se releva um sociopata obcecado por mim e mete na cabeça que eu preciso de ajuda que não estou bem e quer a força toda me levar a médicos "da sua inteira confiança" e mudar a minha medicação. Nestas situações tento sempre, da pior das formas - isso eu já percebi - dar um tempo e afastar a pessoa para que ela crie uma certa distância e perceba o ridículo da situação, mas nunca funciona e a desgraçada da minha amiga, Mademoiselle d' Avignon é que se lixa sempre :( o dito cujo lá decide ir ao emprego dela (ela este Verão teve um curto part-time, que eu ridiculamente lhe falei sobre) e mesmo estando ela super ocupada a lidar com os clientes e sobre o olhar atento dos colegas e chefes por perto ele faz uma semi-cena idiota de desespero a explicar-lhe o quanto eu estou desequilibrada e o quanto eu preciso de ajuda urgente (Juro! Que qualquer dia vou para Bollywood e escrevo um argumento sobre a treta que é a minha vida!).

Ainda ponderei se realmente estava a ficar doida outra vez ao que a M. d'Avignon me disse "Oh Mulher claro que não! Eu já te vi tão pior! Tu estás óptima, tens é de parar de te meter com gente doida!"
Tenho algo que claramente desperta o pior do Ser Humano, porque claramente aquela criatura não era assim tão má pessoa e chalada dos cornos, era só mesmo estúpido... e eu, com certeza, mais ainda por não ter percebido.
(nem vou dar um nome giro a este porque penso que não o irei mencionar mais vezes, bem... agora que falo disso, se calhar convém dar nomes a todos os que menciono aqui, acho que o tenho feito sempre... fazemos assim se o voltar a mencionar penso nisso - Sinto que estou a ser demasiado severa com esta pessoa, pois ele realmente não é assim tão mau mas não o consigo respeitar, não consigo ter o mínimo respeito por ele, desprezo-o por completo e a culpa é toda dele ele é que deixou, e para mim um Ser Humano que não se dá ao respeito da forma que ele o fez só merece o meu desprezo - este caso foi mesmo extremo)

O último homem que vos vou falar é sem dúvida a experiência mais inqualificável da minha vida, é daquelas coisas que não podemos reduzir com a adjectivação. Conheci-o da mesma forma que conheci o anterior (mas isso fica para o próximo post) mas desta vez tudo foi diferente aliás tirando a "coincidência" de como os conheci nada mais é igual.
Não pretendo entrar em grandes detalhes sobre este, porque este toca-me particularmente e não quero falar dele e de mim, do nós, se é que existe um nós aqui.
Contudo senti necessidade de vir falar sobre outras questões circundantes que me surgiram hoje - e por vezes me surgem - e de certeza surgem a toda a gente (sim, já deixei de acreditar há muito tempo que certas questões sou só eu que as coloco). Vamos começar pela mais estúpida de todas, a roupa. Sim a merda da roupa, esse ataque de nervos! Epá não há nada pior que ter de escolher a roupa para no encontrarmos com um homem, se já para sair no dia a dia é um pesadelo, então para irmos ter com um homem de quem gostamos ou podemos vir a gostar, é o equivalente uma espécie de tortura psicológica sem explicação. Mas pior, pior, pior mesmo é quando ele acha que pode e deve ter uma opinião! Mas desde quando é que alguém lhes deu o direito de falar sobre o que nós temos vestido? FDX! Vão pó raio que os parta! Se com o primeiro frouxo de merda eu tinha de me esforçar ao máximo para ser uma miúda simples, isto porque o menino "era um gajo simples" e se há coisa na vida que eu não sou, em área nenhuma, é uma mulher simples! MAS com ele eu tinha de ser simples a vestir para que ele não se sentisse mal. Que martírio dos martírios! Pronto! Lá andava eu a tentar ser simples... e a voltar para trás a tirar acessórios em vez de os por. Obviamente que ao terceiro dia o mandei dar uma volta e comecei a vestir-me como eu gosto, ou isso ou ia virar uma
freak e saía de casa de cortina enrolada ou lençol (nada contra quem usa, mas eu não aprecio).
Ora, minhas queridas... com este era o contrario... eu tinha de ser cool, o demasiado simples era a roupa que a empregada dele usa "para fazer a faxina"... sim, desta vez num primeiro encontro decidi ir o mais simples possível para não haver equívocos e eis que pimba, foi um grande circo, eu detestei a t-shirt dele e ele o meu vestido, e acordamos ambos mudar de roupa "Ai! Que lindo!" Haja sentido estético! Vá-se lá entender os homens... vamos provocadoras queremos sexo, vamos simples não estamos interessadas ou pior, somos a mulher a dias! Lembro-me que já me aconteceu levar um t-shirt de alças as riscas um pouco decotada e umas calças daquelas larguíssimas tipo leggings e o estúpido do frouxo para além de estar fixado no meu peito ainda disse que eu o estava a provocar (e não, ainda nem tínhamos ido para cama nem chegado e esse tipo de confianças) e quando lhe perguntei que merda é que ele tinha naquela cabeça estúpida ele pediu desculpa e disse que nunca me tinha visto assim e eu disse que óbvio que não pedia-me para "ser uma miúda simples, pelo menos quando fosse ter com ele" e ali estava eu de camisolinha de alças, calças à freak e uma espécie de chinelos, conclusão só porque fui um bocadinho menos simples, ouço esta merda e tenho à minha frente o homem-de-neandertal.

E com isto (há quem lhe chame regra/lei/mandamento, de facto são uma espécie de "leis de atracção do amor", vamos chamar-lhe mandamentos, há falta de melhor, mas vamos tentar retirar a conotação religiosa do termo sff e se possível) o meu mandamento do amor número dois acabou de ser criada: Não se ama alguém que não tem sentido estético a vestir.

Sendo que a primeira é "Não se ama alguém que não ouve a mesma canção" (Rui Veloso) sim, o primeiro ouvia músicas (e obrigava-me a ouvir música) country que não abominando tanto quanto abomino o hip hop é, no entanto, das coisas que acho mais foleiras, é que nem era um country audível era um country manhoso, piroso, inaceitável. Para piorar tudo era um tio patinhas do pior, não tinha modos nenhuns e para ele ser cavalheiro era uma expressão qualquer alienígena, já este (a quem eu gosto de chamar Anãozinho Rezingão) tem uns gostos musicais parecidos com os meus, é um autêntico cavalheiro e contra todas as probabilidades parece que até nos entendemos a nível de sensibilidade estética.
Neste seguimento podemos concluir que existe um terceiro mandamento que é precioso, para mim, "Não amarás uma pessoa sem modos e cujo conceito de cavalheirismo é uma espécie de ET do Planeta Neandertal de um Futuro coexistente numa dimensão paralela." (Dito assim é fofo mas não se deixem enganar, não é engraçado. E, temos de tentar adaptar isto meio à lá "Guerra das Estrelas" ou ficção cientifica, se desse falava de espadas aqui pelo meio, porque ajuda falar sobre isso com certos idiotas, eles entendem melhor, isto caso queiram explicar a um troglodita qualquer que andem as leis do amor, mas o meu conselho é, Deixem-no! Estou tão ruim hoje.)
Conclusão, sobre a merda da roupa, tenham sempre em conta o vosso corpo e estilo, e pensem sempre que deve ser elegante e feminino mas confortável nunca abdiquem disso, inspirem-se nos vossos icons preferidos mas prefiram sempre criar a imitar (a não ser que já estejam tão desesperadas e sem ideias que olhem... vale tudo, eu prefiro sempre criar algo novo, imitar jamais!) e claro como dizia a Coco Chanel "Tirem sempre o último acessório que colocaram." bem, não tem de ser o último, basta ser um dos que colocaram, isto se forem tipo muitos, experimentem e tirem um deles, vai ficam melhor. E, por fim, o cabelo tem de estar sempre limpo e arranjado e os sapatos limpos e impecáveis isso já faz o look.


Agora, o sexo, passamos a vida a ler e ouvir regras, esqueçam essa merda toda, não vale de nada e é estúpido. Sabem porquê? Vamos sempre ser condenadas quer sejamos virgens quer sejamos putas. Cada um tem a sua teoria.
Uns dizem que é extremamente proibido ir para a cama no primeiro encontro, tem de ser no segundo, no terceiro. Outros dizem que uma mulher virgem é que encontra um bom homem uma data de tretas. Tudo merda.
Pessoalmente sempre fui uma mulher muito reservada quanto a isso, nunca tive "one night stands", já tive amigos coloridos isso sim, deixei de acreditar em namoros e amor há algum tempo, não tinha uma lista infinita de homens com quem dormi, a minha é bastante reduzida comparada com a das minhas amigas em particular e quase nula se comparar no geral mas não por uma questão social apenas e unicamente porque não me apetece andar a dormir com tudo o que aparece porque acreditem que se apetecesse eu o faria. Quando um homem me estimula, com gosto dele e me apetece e o momento proporciona a que tal aconteça eu decido que vai acontecer e pronto.
E vocês acham que isso realmente interessa para alguma coisa? Não! As minhas conhecidas que andam com "todos" e mais alguns casam, namoram, as virgens e menos experientes também. Os homens vão sempre condenar assim como nós o fazemos, mas no momento de amar alguém isso realmente interessa? É o factor decisivo? Acho que mais decisivo que isso é saber se a pessoa e capaz de ser fiel. Da minha perspectiva isso é o que mais conta, não me interessa nada se ele era um grande mulherengo, o que me interessa é se ele agora está preparado para ser sincero comigo, não peço mais nada.
E depois as pessoas acabam sempre por marrar para onde querem, e muitas vezes para o lado errado, o Anãozinho Resingão embirrou para o lado desse country que é uma pessoa que não tem a menor importância eu já nem me lembro bem dele (apesar de ter sido há pouco tempo) embirrou com ele e pronto, marrou para ali e para ali, nem sei bem quanto tempo andei com ele, foi uma relação de seca, desgastante, aliás só o beijei para aí nos 3º encontro e só dormi com ele 1 ou 2 vezes e acham que isso impediu de ter sido condenada?

(Se há coisa que eu tenho de bom é esquecer facilmente as pessoas que não tiveram lá grande importância na minha vida, com muito esforço lá consigo relembrar qualquer coisa. Isso não impediu que o Anãozinho Resingão tivesse um bocadinho mais de ciumes desse, fizesse mais perguntas sobre esse, me enervasse mais por causa desse, e, obviamente a minha falha nas respostas prontas (que eu não tinha porque não me lembrava) deve ter soado muito mal, ele não teve realmente importância. Eles acham que podem cometer os erros todos, esse é o problema, estamos em pleno século XXI mas não se enganem as mentalidades pararam no século... sei lá, nem arrisco a colocar uma data aqui. Nós mulheres vamos continuar a ser condenadas e eu quero é que eles se lixem, aliás às vezes dá-me é vontade de andar para aí a dormir com todos só porque posso, infelizmente preciso de muito mais que um rosto bonito para me fazer chegar a isso, é que não tenho sorte nenhuma. Adiante...)

Por isso que eu não tenho regras, são muito raros os homens que me estimulam ao ponto de me levar a esse ponto mas quando chego lá não me privo disso nem faço jogos desses porque esse momento (que em mim é tão raro) já ninguém mo tira. Se for mau ou for um erro foi um bom erro.
Gostava de dizer que muitas vezes essas experiências se relevam em boas surpresas mas até isso é raro.
Poderia isto ser mais irónico?




Lembrem-se do nosso amigo Voltaire

"Commom sense is not so commom."






sexta-feira, 11 de junho de 2010

Video

Queens of the Stone Age
"Sick, Sick, Sick"

http://www.youtube.com/watch?v=oHDaKtx6bGY&feature=channel

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Menos 400 a 600 gr por dia ou um Homem

Quando perco peso de noite sinto-o, sei que se passa isso com muitas pessoas. De manhã subo para a balança sem medo, muitas vezes nem tiro o pijama, subo simplesmente sem medo e sim perdi umas gramas, claro que depois tiro o pijama, nem que seja apenas uma camisola - de Verão não gosto muito de dormir de pijama - e da balança saem ainda mais umas gramas.
Ontem disseram-me que ele gostava de mim, sentia paixão por mim, me desejava, como eu a ele, e desta vez eu acreditei, talvez por agora eu ter certamente menos de metade do peso dele, eu sou alguém desejável. É engraçado... antes eu só tinha mais uns 4 kg... 4kg fazem essa diferença toda? Não há nada menos atractivo para mim que estar ao lado de um trinca-espinhas, daqueles homens que são só ossos, que parecem brinquedos, que têm uma cabeça que parece um lego, detesto pegar no rosto de um homem e sentir que o consigo quebrar com as minhas mãos de fada. O dele não é nada assim, ele detesta quando lhe digo isso mas é verdade, tem um rosto enorme, daqueles que só se vê nos filmes épicos parece que já não existem homens assim a não ser nos filmes, fazem as minhas mãos compridas parecem umas mãos de criança.
Uma vez quando estava em cima dele, olhei para o meu corpo e tive a sensação que era de brincar, senti-me uma barbie, queria ficar com essa sensação para sempre. Todas as mulheres se deviam sentir assim, lindas, magras, perfeitas.
Devíamos-nos sentir sempre protegidas por um homem assim, como não sentir? Basta ter a mão dele na minha cintura de noite e eu sei que nada de mal me pode acontecer.
A culpa de querermos ser assim não é nossa, é deles, se todos os homens fossem assim como os dos filmes épicos, como ele é, nós éramos e seriamos sempre magras e pequeninas, até eu que de baixa não tenho nada.
Eu lutava contra o sono só para ficar a olhar para aquele palerma a dormir.

Devia perder o medo e deixar de ser pateta e voltar a estar com ele e esquecer os menos 400 a 600 gr por dia.

terça-feira, 18 de maio de 2010

A Fé...

(texto removido)

segunda-feira, 17 de maio de 2010

a Meta, mas qual meta?

Todos sabemos que a meta é o ponto onde termina\se encerra algo, não é preciso ir buscar a definição ao dicionário. Mas quando toca a dietas o significado é outro ou então deve existir um dicionário que eu desconheço, pois as metas nunca são cumpridas e quando o são, embora o único concorrente sejamos sempre nós, uma vez chegando lá o resultado é frustrante.
Ora vejamos o exemplo Anabela concorre para a meta dos 50kg, chega lá, não gostou, não lhe soube a nada. Foi aos treinos, fez tudo que a treinadora mandou, andou meses, anos a preparar-se para a corrida, subiu ao pódio e teve a medalha de ouro e desceu lá com se tivesse chegado em último lugar e a sentir que tinha concorrido para a meta dos 100kg.
E agora? O que é que a Anabela vai fazer? Eu sei que a Anabela vai voltar para os mesmos treinadores e concorrer para a meta dos 40kg. Na minha opinião ela devia mudar de treinadores.

A Exah deixou os treinos de parte, viu umas fotos que a assustaram e gritou "Eu sou assim? Aquelas são as minhas pernas? Eu sou assim tão magra?!"" a família disse "Sim tu és assim, como pensavas que eras?" não adiantou... rapidamente voltei ao normal... afinal eram só umas fotos.
A meta da Exah estava atingida mas a Exah continuou a não gostar e vai competir para outra.

domingo, 16 de maio de 2010

Não magoar os outros tb é uma forma de não nos magoarmos

Exah andava bem com a vida, o que é Exah andar bem com a vida? É dormir direito, acordar a horas para ir nas aulas, estar com os seus amigos, planear os seus estudos, ter tempo para sair com os amigos, comprar comida para casa, fazer as lides da casa (isso nunca tive problema, graças a Deus) andar entusiasmada com os projectos futuros e uma agenda super preenchidas, ter dinheiro e não o estourar em idiotices, ter problemas e saber respirar fundo, cada coisa a seu tempo. Mas claro o medo vinha sempre ao de cima, e, eu sabia que tudo ia voltar, peço "Por favor só mais um dia assim..." mas o dia há de chegar.
Não aguento mais viver assim, e se eu vou até ao fim por quem amo, então eu devo ir ao teu ao fim por mim, vou tentar o impossível por mim, eu sei que eu mereço. Vou marcar uma viagem para estar com os meus Mestres e se isto não me fizer pelo menos menos respirar de outra forma, aí sim posso dar o meu ultimo suspiro de misericórdia.

Deixo-vos com um texto que escrevi há minutos talvez não faça muito sentido, mas é uma mensagem de esperança, vale sempre mais sentir ainda que não nos entendam, pois a capacidade de sentir é aquilo que nos torna únicos. Tenham pena de vós de se não conseguirem sentir, mas nunca tenham pena de vós por sentir.

Acho que está a acontecer de novo. Seria pedir demais que não chegasse este momento, também não peço. Só peço que demore a chegar. Talvez devesse pedir mais , exigir mais,gritar mais, não devia aceitar tanto esta condição. Devia? É como se mais tarde ou mais cedo fosse certo que a única que me resta nesta será ceder e tirar de uma vez a minha vida a num rasgo de loucura cedendo a mim mesma o último suspiro de angústia, porque eu não aguento mais, não dá simplesmente para aguentar mais, nada é suficiente nada! Nada! E tudo, tudo é demais, Tudo me fere como se eu não tivesse pele, e o meu corpo fosse carne viva, no entanto nada me afecta, e eu não tenho expressão porque eu sou um rosto da pálida e gélida melancolia, e essa sou eu, sou tudo e não sou nada, o nada que não existe.
Eu não amo, mas quando amo, amo demais, amo até me tirarem a alma devemos amar assim? Talvez não, mas se assim não de que adianta amar? E se me tiram a alma é porque não me amaram como eu amei,com certeza, porque quem ama não faz isso, mas o que é que isso importa para mim? Nada! Absolutamente nada, eu vivo para mim, chega-me saber que amei, se os outros não amam não me importa. Eu amo, eu dei a minha alma e tudo o que tinha para fazer aquele que amo feliz, não roubei nada a ninguém,s e eles roubam o que é que eu tenho a ver com isso?
Podia ter sido diferente? Claro que não. Vou sempre amar pessoas que deitam o meu coração no lixo, porque eu sou assim, escolhi não jogar, não mentir, escolhi amar, não quero roubar corações, acredito que isso me faria ainda mais miserável.
Faria tudo de novo porque eu sou assim, sinto tudo no limite, não tenho pele, tudo me faz sangrar demais, sentir demais, tudo me afecta e nada me afecta, Mas eu estou sempre lá para quem amo e quando eu choro a melancolia está lá para mim, se não está vou buscar o coração ao lixo. Melhor isso (ir buscar o meu) que ir buscar um (outro de alguém) que foi lá metido por mim.

sábado, 15 de maio de 2010

Começo

Bom dia princesas,

Decidi deixar o outro blog privado, até descobri o que fazer com ele, não vou postar lá nem o vou abrir ao público por enquanto, talvez quando ele faça anos o abra.
Passou algum tempo desde que aqui vim a última vez, estive bem uma altura, umas 2 semanas, cheia de energia e vontade de viver, assim do nada eu queria fazer coisas, qualquer coisa, arrumar tudo, sair, nem que fosse para comprar uma garrafa de água, não gastava dinheiro à toa, controlava-me, ia todas as semanas ao teatro, às aulas, tomava café com os meus amigos, saía à noite 1 ou duas vezes por semana, estava tudo como deve ser, sem excessos.
Conseguia sair à rua sozinha sem problemas, sem fazer filmes, tinha sempre uma agenda preenchida e mil coisas combinadas com amigos. Mas claro que isso não ia durar muito.
O meu peso, não tem torturado muito, sabem que a opinião dos outros no que toca a esta minha dismorfia, vale o mesmo que merde, mas quando recentemente estive de férias no estrangeiro vi umas fotos minhas que me alarmaram bastante Exah as tuas pernas metem medo de tão finas que estão, e, durante uma ou duas semanas comecei a ficar assustada mas, óbvio que passou.

O meu problema vai muito além do espelho, eu tenho uma auto estima inabalável no que respeita ao meu carácter e capacidades intelectuais, claro que uma hora ou outra todos pomos isso em causa, é normal, mas regra geral nisso eu sinto me sempre segura. O problema é a minha imagem física, se alguém não quer estar comigo é porque sou gorda, tenho barriga, não estou suficientemente agradável, o meu conjunto físico não é digno daquela companhia, sou uma gorda.
A minha pele pode estar sempre hidratada e a cheirar bem mas isso só não chega, há algo em mim de imperfeito demais. Não é que me sinta inferior a outras mulheres, não, porque nem me comparo com elas. Eu sou o centro dos meus problemas, é tudo direcciona em mim e para mim, não são os outros, não é por eles terem, ou elas terem corpos bonitos que eu tenho azar, a questão nunca é essa, porque eu penso em mim não nelas, foco o meu problema em mim. Não sou do tipo de mulher que é deixada por um homem e vai ver se a outra com quem ele está é gira, não quero saber, gira ou não, ela é que ficou com ele, o resto não me importa, eu vou ficar mal na mesma, e vou achar sempre que é porque sou uma baleia, ainda que ela seja visivelmente uma tripla-baleia.
Eu nem sempre fui assim, duvido que volte a ser o que fui, daria muita coisa para ser quem fui, mas a vida não funciona assim.
Porque me tornei assim? Como deixei um distúrbio ganhar estas porpoções, eu explico no próximo.