topbella

domingo, 29 de janeiro de 2012

O dia do corte, chegou.

Fiz merda!

Quando me mudei, decidi que nem um xizato iria viajar na minha mala, não fossem as tentações viajar comigo - tentar enganar-me, afinal não custa - como se eu não soubesse desmontar gilletes, como se eu não soubesse usar o bico de uma tesoura para o fazer - e até prefiro porque dói mais e quando não dói significa que já estou mesmo muito mais para lá do que para cá - e como se não existissem facas nesta casa pffffffffffffff!!!

A verdade é que eu já não me corto a sério há 10 anos - quando digo a sério é cortes horrendos que deixam marca e precisam de pontos:( e sinto-me uma verdadeira vencedora por isso. Salvo a minha ultima tentativa de suicídio em que fiz uns valentes disparates com a merda de uma faca tenho me conseguido controlar muito bem, mas hoje... fiz merda.


Estou a ir pelo abismo de novo. Puta que pariu esta merda... odeio-me e nem tenho motivos para isso, sou tão imbecil. Não tenho ninguém para falar e tudo o que poderia dizer é que me odeio e estou feliz por me ter cortado e sentir que ainda sinto qualquer coisa, logo uns míseros arranhoeszecos de merda não podem ter sido assim tão maus, mas quem vai entender isso? Eu mesma não sei se entendo.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Fodasse - eu - outra vez!

Eu sou nada, eu vim do nada e ao nada pertenço e é para lá que vou voltar e foi de lá que nunca saí porque é assim que nunca deixei de me sentir... como nada.

Tudo é simplesmente nada, é vazio, é opaco, é silencioso, é arrítmico, é melancólico, é uma saudade do que foi e nunca chegou a ser, é apenas tristeza.

Eu sou apenas mentira, uma mentira todas as manhãs que se prolonga até à noite, se calhar só sou verdade quando adormeço - talvez seja por isso que temo o sono e acordo em jeito de ataque de pânico durante a noite, sempre tive medo de mim e sempre tive consciência desse medo.

Estou cansada. Como não estar?

Estou cansada. Tenho pena de mim. Como não ter?

Estou cansada. Porra!!!

Estou cansada. Simplesmente cansada...?! Não. Estou a ficar doida outra vez. Apenas isso. Como não estar? Sou eu afinal a ser eu outra vez. Fodasse.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Quciky - a rapidinha

Daqui a pouco vou às compras com o namorado.

Odeio e adoro andar as compras nesta terra, é tudo tão bonito e tão caro, mas em época de saldos fica tudo ao preço da chuva - em algumas lojas noutras continua como se tudo fosse feito de diamante ainda que aquilo seja apenas... tecido ranhoso.

Já agora alguém me consegue explicar o que se anda a passar com os números ultimamente? Principalmente com as cuecas? O que é que as pessoas têm contra o 34, S e XS? É que eu não tenho consigo encontrar cuecas em lado nenhum e isso irrita-me solenemente, ou é porque esgotam logo ou não existem, e eu PRECISO DELAS, fdx!!!
Não me mandem ir comprar na secção de criança que isso ia ser esquisito, ok? Eu sou uma mulher! Mas já pensei nisso...

Tenho de fazer um update decente ao blog e contar-vos sobre a minha visita hoje ao médico, ah e também tive de falar com o meu psiquiatra, já não aguentava mais esta situação - ando a pirar - mas explico tudo num próximo post - ser doida é fodido! ser border, obsessivo compulsiva e pessoa com TDAH (sim tudo devidamente diagnosticado) por profissionaiS de saúde competentes (e alguns extremamente incompetentes também) é mais fodido ainda MAS eu aprendi a amar as minhas loucuras e rituaizinhos, é mentira é claro, só digo isto porque tomo medicação ah ah ah, eu odeio esta merda.


Para finalizar,

Obrigados mil a quem comentou o passado post e passarei em breve nos vossos blogs :)

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Até que se faça luz nessas malditas entranhas...




Vou deixar de seguir blogs de anas e mias e pseudo anas e mias, e pros anas e mias. Faz me mal e não me identifico com nada desse mundo. Honestamente irrita-me tudo isso, e, é como fazer uma viagem no tempo e reviver tudo aquilo que eu não preciso de reviver e eu não posso nem preciso de reviver nada dessa merda. Por mais que queira também não preciso de ajudar ninguém embora possa, contudo, para quem quiser a minha porta estará sempre aberta.



Há maneiras tão saudáveis de ser feliz com o nosso corpo mas estas mias e anas que para aqui andam só colocam os olhos e buscam inspiração em autênticos falhanços à imagem de si mesmas, o que há de errado com o mundo? Porque não acreditam numa pessoa que tem um IMC inferior a 18, que come, é saudável e só conseguiu isso de uma forma saudável? E como eu existem mais. É claro que nem todos os organismos conseguem ter um IMC inferior a 18 naturalmente mas uma coisa eu garanto é que nenhum organismo consegue ser feliz a sofrer de um distúrbio alimentar.







Naturalmente algumas pessoas com blogs que discutem temas como anorexia e bulimia e, infelizmente, dietas, são pessoas pelas quais tenho um certo carinho e essas eu continuarei a seguir mas saibam que vos andarei sempre a melgar aqui, no mail, chat, telemóvel, sonhos e pesadelos até que se faça luz nessas malditas entranhas ;) *



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Foto: Eu (Outubro/11).
Pela segunda vez publico uma foto minha no blog, desta vez com rosto. Conseguem encontrar a gorda? É que eu não. Sabem porquê? Porque estou feliz com o que tenho e não passo fome nem dias com as fuças enfiadas numa sanita ou todo o demoníaco dia a tentar controlar-me para não me empanturrar com porcarias.
Sejam felizes! Sejam saudáveis e porque não magras? É possível! :) Quem disse que tinham de escolher?

domingo, 22 de janeiro de 2012

Break - me - up - day... has arrived.


Era inevitável que este dia tivesse chegado.

As coisas estavam por um fio.
Talvez este post seja longo talvez não, talvez eu consiga ser sucinta e explicar-me em poucas palavras.
Aqui vai.

-Tenho de te dizer uma coisa e não sei bem como dizer...


Não sabia muito bem o que dizer, como dizer ou por onde começar. Sabem, eu apenas sabia que tinha de dizer.

-O que me queres dizer? Apenas diz.


A expressão dele mudou, quando ele sente que vai ser magoado, ele muda drasticamente, torna-se frio, distante, um iceberg.

-Acho que devemos dar um tempo.

-Ok. Porque pensas isso?

Eu tenho estado doente, tenho uma maldita infecção na bexiga e o antibiótico está me a deixar maluca e na primeira noite alucinei. Tive medo de contar ao médico sobre a minha doença - erro gravíssimo (Eu sei!!!) e fiquei toda a noite a ter um terrível ataque de pânico mas tenho medo de perder o meu emprego e não sei o que fazer - por isso na segunda noite tive de ir para casa dele porque estava aterrorizada e dormi que nem um anjo mas continuei a morrer de dores e com um mal estar terrível, pensei que ia morrer.
No dia seguinte: Ele já tinha combinado ir a uma festa em outra cidade, à qual eu obviamente não podia ir e já tinha dito que não ia. Já estava tudo acertado e eu voltaria para minha casa mas magoou me quando ele disse "Ás x tens de ir porque o meu comboio é às y, ok?" ele nem me perguntou como eu estava. Eu finjo bem que estou ok mas honestamente eu mal me segurava de pé e estava a precisar desesperadamente dele, eu precisava mesmo de alguém que nunca ia estar do meu lado em momentos como aquele porque havia o caralho de uma festa?
Ainda assim não foi por isso que sugeri dar um tempo... sugeri porque apesar de saber que quando gostamos cuidamos e bem do objecto do nosso amor também o pomos em liberdade e se eu tinha um problema com ele e o estava a sujeitar a tantas criticas talvez o problema fosse meu.
Talvez precisássemos de um tempo e com esse tempo ele encontrasse alguém que o fizesse feliz ou pelo contrário visse que era comigo que era feliz.


Expliquei-lhe que me magoou o facto de ele nem ter perguntado como me estava a sentir e apenas ter dito que eu tinha de me ir embora. Ele disse que eu estava sempre a criticar tudo o que ele fazia. E disse:

-Acho que é melhor acabarmos, eu nunca vou ser capaz de te fazer feliz.


Foi mais ou menos isto e depois aquele silêncio... Como era possível o meu namorado - desculpem ex - um homem que eu não via a desistir de nada, estar ali assim a desistir da maneira mais fácil e estúpida de mim, por eu estar doente, como se isso fosse a minha culpa, como podia ele estar a deixar me quando eu estava mais vulnerável e frágil, como é que eu ia conseguir sair de casa, como é que ele me podia estar a fazer aquilo??? Queria berrar, gritar, bater-lhe, cortar-me! Mas isso seria admitir que era louca e precisava de energia para tudo isso e eu não a tinha... até que eu caio em mim.

-Então não vou receber mais vídeos de gatos no meu e-mail?

-Acho que não.

-Tudo por uma festa e por eu estar doente?

Céus! Ele é tããããoooo frio, como é que ele pode ser assim tão frio comigo?

Não aguentei mais e levantei-me e como uma boa mulher fui para a casa-de-banho sob o pretexto de tirar as minhas coisas (tenho algumas coisas minhas em casa dele) fui para lá obviamente chorar que nem uma Maria Madalena arrependida, tive de ligar a torneira - que vergonha - para abafar o meu choro - acho que ele devia achar que lhe queria roubar também a agua ah ah ah!


Quando saí, fui para o quarto e estava a meter tudo na minha mala já ele estava atrás de mim a tentar agarrar-me, nem olhei para ele. Não me consegui sequer virar para ele. Só consegui dizer:




-Por favor, não faças isso.

Mas ele abraçou me na mesma. E passado um tempo lá me conseguiu virar para ele.
Lá chorei mais um bocado que nem uma desgraçada de uma Madalena...

-Eu sou tão feliz contigo mas tu tens razão tudo o que faço está errado, eu sou um idiota.

-Tu és perfeito, só acho que por vezes não penses na coisas que fazes e isso magoa-me.

Anyway tudo muito bonito e estavas assim muito bem, a chegar a uma conclusão e eu já estava finalmente na cama a descansar com ele a fazer-me miminhos quando o telemóvel dele começar a tocar:

-Ficavas mesmo chateada se eu fosse?

-Vais mesmo ser esse tipo de homem? Tens de fazer uma escolha.

-Eu já não vejo estes amigos há séculos.

-Eu não te posso ajudar com isso, é uma decisão tua.

Que palerma!!!! Só queria morrer! Não a sério... a sério???

-Isto está combinado há meses...

-Vão haver momentos em que eu vou precisar de ti e tu de mim e coisas assim vão acontecer, eu não escolhi estar doente hoje. Vais ser este tipo de homem? Depois quando tiveres filhos também os vais deixar quando tiveres de ir beber umas cervejas porque eles escolherem ficar doentes no dia errado? Os teus amigos e as festas vão estar lá mais vezes, eu preciso de ti agora.

-Oh Fuk you, Exah!

Sim passei-me!!! Tinha de lhe dizer isto.


Hoje ele disse-me que sabia que tinha feito a escolha certa mas eu sei que ele vai ser sempre um pouco egoísta. Comecei a pensar, enquanto escrevia este texto, que talvez tenha a ver com a educação dele, o Pai pelo que sei não era um exemplo a seguir e a Mãe fugiu com ele e os irmãos. E ao que parece a Mãe também é bastante ausente.

Combinamos que hoje faríamos algo e que não ficávamos o dia todo em casa. Acordei outra vez para morrer, fiz das tripas coração para sair de casa, ele parecia uma criança "Como te sentes? Estás melhor? Dormiste bem?" Eu só quero morrer!!!! Mas acalmei-me estava a morrer de medo que se lhe dissesse a verdade ele acabasse comigo. Durante o pequeno almoço:

-Exah, estás te a sentir bem? Estás com um ar miserável.

-Eu? Eu sou fantástica, eu estou sempre com um ar fantástico.

-E estás tão calada...

-Não...


BEM ISSO É PORQUE ESTOU A MORRER POR DENTRO.... respira.
Saímos.

-Não é maravilhoso andar, sentir o ar fresco?

Maravilhoso, andar... a morrer de dores e com uns maravilhosos 5ºc e ventinho, que mais alguém pode desejar. Ok podia ser pior 5ºc para esta altura é bem bom.

Tive 2 ataques de ansiedade no cinema quando saímos ele percebeu que não estava bem ainda assim abandonou-me, literalmente, em plena mainstation, e tive de lhe gritar porque quase me levou a mala, enquanto corria para apanhar o seu comboio - nota há comboios a cada 15min.

Eu adoro um palerma...



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Quadro: Henri de Toulouse-Lautrec,"L'abandon (Les deux amies)"(1895)

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Demasiado - Danificada para este mundo.


Eu só estou bem se estiver sozinha, pura e simplesmente não sei viver em sociedade, e isto de relacionamentos dá cabo de mim, é demasiado desgastante, não consigo, não consigo.

Quando me disseram que era borderline, fiquei extremamente chateada, entrei em negação, chorei, berrei, procurei a cura, revi toda a minha vida em buscar do momento em que se fez o clique que me tornou nisto, como se houvesse escolha, como se a escolha tivesse sido minha. No dia em que me disseram o meu diagnóstico final após quase 15 anos em psiquiatras foi como se me tivessem acabado de ler uma sentença de morte, eu sabia o que aquilo significava. Significava que afinal o pior ainda estava para vir. Não era uma má fase, eu era doente, algo de errado se passava mesmo comigo e eu não ia conseguir fugir, curar-me, ser feliz, aquilo estava dentro de mim.


Fui falar com o médico que me seguia há mais tempo e ele voltou a dizer que eu não era borderline, que apenas tinha sofrido muito ao longo da vida e era extremamente sensível, era impossível estar bem dadas as circunstâncias, mas no dia em que deixasse alguém derrubar esta muralha que criei em minha volta eu ia conseguir ser feliz. Sempre achei que aquele médico era apenas bom demais para me conseguir dizer a verdade, sempre achei que ele queria que continuasse a ter esperança de que um dia eu ia saber o que era ser feliz embora soubesse que era uma - e seria sempre demasiado - danificada para este mundo. Fui reencaminhada para um dos melhores médicos e especialistas no meu problema e amigo do meu médico, ele confirmou
que eu era borderline (o meu médico não podia continuar a seguir-me porque estava noutra cidade e eu estava a precisar de um médico a tempo inteiro - tinha 3 consultas por semana, estava internada na altura).
Aceitei o diagnóstico passados alguns meses e após perceber de que nada me servia lutar contra ele, mas decidi que o demónio em mim não havia de levar a melhor. Sou infinitamente mais anjo que demónio e não gosto de mim quando sou "aquilo" no entanto se estou muito tempo com certas pessoas (ex: a minha Mãe) sou apenas demónio e sou o Ser mais miserável deste mundo e se fico muito tempo em sociedade desequilibro por completo e se fico em reclusão total entro em alienação. De uma forma ou de outra não nasci para este mundo.




Ontem percebi que é uma questão de dias até o que o meu namoro chegue ao fim. Quando gostamos das pessoas deixamos que elas sejam livres em vez de as arrastarmos para a nossa miséria, e, eu não o vou arrastar para isto. Não me estou a conseguir controlar e voltei a ter um xilique e eu vou ter sempre xiliques.

Pesquisei imenso sobre por quanto tempo um borderline se consegue manter estável e constatei que não é por muito, eu tive sorte, e estou estável desde Junho\Julho de 2011 ou seja 7 meses, este não conta porque Janeiro está me a dar dores de cabeça, tenho pensado muito em como a vida não vale a pena, em como preciso urgentemente de me cortar, sinto-me inquieta, aflita, agoniada, angustiada, por umas horas e depois passa, mas tem sido cada vez mais constantemente. E pior, ando me a sentir e a acordar irritada e isso eu já não sentia há meses e meses.

Não quero voltar a ser aquela pessoa... mas alguma vez a deixei de ser?
Vou perder o namorado, depois o emprego, depois morro! Não passo de um monstro mesmo. Se não fossem os meus animais, nada valia a pena, estou aqui por eles, meus anjinhos.



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Quadro: Edvard Munch "Dance of Life" (1900)


domingo, 15 de janeiro de 2012

Há sempre um ex.

Eu tenho o namorado perfeito, no início nem o achava giro e só esta semana é que percebi de que tom de azul eram os seus olhos - gosto tanto da perfeição que nem lhe prestava atenção nenhuma! - as pessoas dizem-me "O teu namorado é mesmo lindo!!!" e eu respondia "Achas???" Eu achava-o - e acho - demasiado loiro parece que tem uma banana na cabeça, aliás parece que se juntou às tropas nazis, não compreendo aquele cabelo e não me sinto minimamente atraída por ele, é que não sinto mesmo - achava eu - os olhos eu gosto de olhos verdes!!! - tropas nazis.... ora quem não gosta de um bad boy? A sério ah ah ah esta piada foi muito estúpida pronto! Peço desculpa aos mais sensíveis! Obviamente que me tenho de sentir atraída por algo físico nele (não é só o intelecto - e já lá vamos) claro que gosto do aspecto físico dele, tem um rosto agradável e um corpo magnífico e as mãos, as mãos são o mais importante, adoro mãos, e, as dele são absolutamente perfeitas, enormes... quando penso nas mãos deles o mundo pára. E o meu blog também parou porque eu agora fiquei sem consegui escrever por uns minutos... aquelas mãos... são mesmo bonitas, acho que são é mágicas, fazem magia muitas vezes. Adiante.

Porque é que se começa a andar com uma pessoa que não se acha bonita? Não se começa. No inicio passávamos o tempo todo a dizer o quanto nos odiávamos mutuamente. Odiava-o mesmo e ele odiava-me a mim. Mas amávamos aquele ódio, dávamos um com o outro em doidos, eu não sabia o que raio se estava a passar comigo, não entendia como podia gostar tanto de uma pessoa assim, aliás eu só
acordei sair com ele precisamente por me sentir segura "Loiro de olhos azuis, jamais vou gostar deste tipo." esqueci-me foi é de que ele fisicamente, tirando a cor dos olhos e a aquela cor de cabelo inexplicável, a sua personalidade era tudo o que eu sempre quis e fodi-me, por isso, decidi que o ia odiar. Ele por sua vez - agora sei porque ele já me contou - também não estava nada contente com o que se estava a passar com ele, por isso, odiou-me. Claro que isto do "odeio-te" só durou nas primeiras 2 semanas. (Eu ainda odeio um bocadinho aquela cor de cabelo, talvez uma noite destas lho pinte enquanto ele dorme.... Juro que já tentei ver fotos do Alexander Skarsgard nos seus momentos mais louros para me convencer de que o cabelo loiro é giro mas nem o Alexander é tão loiro nos seus piores momentos como o meu namorado, ninguém é, só as crianças quando são muito novas.)
Bom retomando a linha de raciocínio antes que me perca de novo, eu tenho a perfeição do meu lado, ele até tem aquele lado frio, egoísta, arrogante que magoa como o caraças quando se enerva mas que eu, de uma forma terrivelmente masoquista, adoro num homem, só adoro porque na maior parte das vezes ele é uma meiguice, faz me sentir bem, única, maravilhosa - muito porque eu também me sinto bem comigo mesma, se não sentisse duvido que algum homem me fizesse sentir bem - de qualquer modo é bom ouvir que estamos bonitas, nos vestimos bem, temos estilo, o nosso cabelo é lindo, as nossas pernas são lindas, magras e compridas e ele as adora, uma das coisas que ele me diz e eu acho imensa piada (porque é super estúpido, ele tem um sentido de humor muito pateta) é que adora o facto de eu ser alta e pede-me por favor para me manter alta ah ah ah! Ele faz me sentir mesmo bem, sei que não sou perfeita, e o meu corpo tem defeitos claro, mas desde que estou com ele melhorei muito, ter alguém assim faz realmente a diferença, e se eu antes tive uma fase em que tentava andar a esconder o meu corpo por tudo e por nada isso agora mudou quando estou com ele ando pela casa em cuecas e às vezes t-shirt. E obrigo-o a fazer o mesmo, supostamente isso até me deveria intimidar uma vez que ele faz imenso desporto e eu não, ele é perfeito, absolutamente perfeito e eu estou longe disso mas não intimida. É engraçado como quando nos começamos a sentir à vontade com o nosso corpo já não o queremos esconder, quando morava sozinha e não me sentia bem com o meu corpo nem que fizesse um calor absurdo andava com roupa normal quando voltei ao meu peso normal (aliás um pouco abaixo) isso mudou e muitas vezes andava em cuecas pela casa, acho que isso é um dos sinais de que estamos bem com o nosso corpo. E já agora se algum dia o vosso namorado for ou se tornar num desses tipos que vos deitar abaixo ou não vos fizer sentir como Deusas, coloquem-no no lixo mais próximo, é lá que ele pertence não do vosso lado.
E já me perdi outra vez.

Comecei a escrever este post para dizer que se eu tenho a perfeição do meu lado porque que carga de agua é que eu ultimamente ando a pensar num ex que tive? Que era o completo e total oposto da perfeição? Em tudo... podia ser giro, sim era lindo. Mas tinha o carácter nem comparável a eu sei lá... não consigo comparar a nada, tenho medo de usar algum animal para comparar com medo de ferir o animal, se usar assassinos famosos ou serial killers estarei a insultar a sua inteligência e a memoria das vítimas, o gajo era uma valente merda, compreendem? Não tinha ponta por onde se lhe pegasse, mas eu peguei-lhe. Não percebo porque há sempre um ex que volta e meia volta para infernizar a nossa mente... que raio se passa aqui, que tenho eu contra a perfeição? E reparem que para mim a perfeição só existe quando está perfeitamente moldada com as falhas e defeitos da pessoa e as do meu namorado são deliciosas. O que tenho eu de errado? Eu sei... estou a tentar sabotar de novo a minha felicidade, não aguento saber que estou feliz, tenho de acabar com isto, será possível que até o meu cérebro me está a pregar esta partida??? Logo agora que eu estava tão bem, eu nunca estive assim em toda a minha existência, eu nunca me conheci assim... imaginam o que é nunca ter estado assim?? É como ter sido alcoólica toda a vida e agora estar sóbria e ver o sol... Porque é que eu não sei ver o sol? Burra! Vou aprender nem que lhe pinte o cabelo e ele passe a ser Lua em vez de Sol. Vêem como estou a fazer tudo mal? Quero mudá-lo a ele em vez de me mudar a mim... tristeza. Pelo menos sei onde está o problema. Deveria eu mudar?

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Quadro: Edvard Munch "The Kiss" (1895)

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Dismorfia ataca.


É terrível sofrer... humm.... deixemos os sofrimentos e vamos mas é passar a utilizar termos menos graves.
É terrível ter tantas maldições nesta cabecinha, ah ah ah - tão menos dramático , não concordam? - já agora odeio o verbo odiar e de facto só há sensivelmente uns meses o passei a adoptar na minha escrita, nem sequer o uso no meu quotidiano verbal, é que é um verbo que eu francamente odeio e dá me um certo gozo o odiar, é tão forte! Por esse motivo, e como odeio tão poucas coisas - ou assim quero continuar iludida, eu restrinjo o seu uso à escrita, é um verbo feio, muito carregado de ira, e eu odeio a ira, fica só para ocasiões especiais - é que eu na maior parte do tempo sou um Ser extremamente zen, meditativo, empenhado em causas humanitárias, consciente, sou infinitamente mais anjo que demónio, não sei porque é que este demónio que habita em mim volta e meia decide reclamar as suas horas - é verdade que ele tem direito a trabalhar tanto quanto o anjo MAS em part-time, enfim... então estava eu a dizer que odeio, odeio quando a minha dismorfia corporal se manifesta e eu começo a ver coisas que não existem. Ah já agora para quem se importar com isso e quiser saber como consegui controlar o demónio e mandá-lo para part-time, pois... horas e horas no psiquiatra, minto! PsiquiatraS! 2 internamentos, tentativas de suicido, aceitação após muita negação sobre o que tenho, reiki, ainda odeio a minha família e às vezes amo-os mas muito poucas vezes, mas amo sempre os meus amigos com excepção dos dias em que "acabo" a amizade com eles e o principal, o amor incondicional que os meus animais me prestaram ao longo de todos estes anos... nunca reclamaram, nunca me chamaram de cabra mal humorada, nunca me perguntaram porque é que eu era assim- como eu odeio esta pergunta - nunca me viraram as costas mas ronronaram muito, miaram muito, ladraram imenso mas nunca me senti julgada ou abandonada por eles nem os odiei. Humm pensando bem eu acho que teve uma ou outra vez que me olharam de esquina! He he he!
Andava-me a sentir como que grávida de 5 meses, volta e meia já me começava a sentir demasiado baixa, é sempre assim, quando piora começo a sentir as proporções do meu corpo alterarem-se, é tão estranho, uma vez andei quase 1 mês a ver as minhas mãos como se fossem do tamanho das de uma criança, era surreal. Antes que isto comece a afectar gravemente a minha saúde mental, obviamente, eu tomo uma atitude, sim por eu agora já vou sabendo mais ou menos como lidar com as minha paranóias e além disso eu tenho um trabalho, é quase como se não me pudesse mesmo "dar ao luxo" de ficar doidinha dos cornos por tudo e por nada.
Primeiro o cabelo teve de ser cortado, estava-me a deprimir tanto!!! Demasiado comprido e seco nas pontas - o namorado teve um ataque e ainda nem o viu (eu sinceramente ainda não o tinha cortado por causa dele, mas fogo! Onde é que já se viu deixar as coisas chegarem a este ponto? Não cortar o cabelo porque um gajo gosta demasiado do meu cabelo? No fucking way!!! Eu é que mando nisto! Cortei!) - senti-me mais bonita, andava-me a começar a sentir horrorosa, não gosto de me sentir feia, começo a ficar deprimida. Algo muito errado se anda a passar com a minha pele - achava eu - ontem no cabeleireiro e ao longo do dia de hoje (e segundo toda a gente) já começo a perceber que ela está óptima, apenas fica ocasionalmente com vermelhões quase insignificantes quando as temperaturas descem muito (abaixo de zero não é muito bom convenhamos e a minha pele é extra sensível - sou do mais branco que há e este tipo de pele tem tendência a ficar ainda mais sensível quando as temperaturas são extremas). Ainda assim continuei a sentir-me esquisita... tive de fazer o tratamento de choque, e odeio, sinto-me uma anoréctica de novo - a terapia da foto - mas remédio santo!!! A porcaria é que embora agora eu veja que estou bem quando olho para a foto e quando me olho no espelho (não importa o ângulo - e isto é importante) quando olho para mim sem ser ao espelho ou via foto continuo a visualizar um mamute! O que significa que continuo com ideias de fazer dieta... valha-me nosso senhor! (Não Deus e os Apóstolos e Santos que eu não acredito nisso - nada contra os crentes - é apenas uma expressão, entendem?)

Bom, ponto da situação:

Sei que estou errada e sei como dar a volta a isso para ver que estou errada mas continuo a querer levar a minha adiante mas pelo menos irei fazê-lo de forma lenta e saudável e de qualquer maneira desde o Natal que engordei um misero kg por isso é só voltar aos 53 e aí talvez volte a ver o que estes olhinhos supostamente deviam estar a ver, quase contrário em alternativa coloco uma foto no meu umbigo ?!


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Gustav Klimt, "Beethoven Frieze" (1902)

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

-Dá tempo. Tu vais ver.


O namorado de quase 2m de altura não pode ver comida à frente que lhe para tudo, é como se deixasse de existir galáxia.

Após termos ido ao cinema - "Carnage" de Polanski, recomendo! - fomos ao Starbucks pois ele morria se não apanhasse um bolo. O meu alemão é t
rágico e o inglês do empregado que me atendeu era esplêndido o que teve como resultado eu ter de fazer o pedido uma segunda vez porque o meu magnifico donut de baunilha não veio - Bem feita! Exah para a próxima deixas quem sabe fazer os pedidos! - não sei se sabem mas no Starbucks a merda do açúcar é self-service - eu não sabia - e eu preciso de muito açúcar - tenho a tensão baixa e mesmo que não tivesse eu preciso de açúcar em
tudo!!!! - enquanto fiz o meu segundo pedido e tive de ir buscar o chá e regalo de açúcar - eu tomo açúcar com chá, açúcar com café, etc. e não o contrário - o meu queriduxo sentou-se e mamou o seu bolo todo sem se preocupar com mais nada isto após minutos antes de termos entrado na porcaria do Starbucks me ter informado que sexta ia sair com a gorda da amiga irlandesa que é uma chata do caralho, se eu já estava com umas trombas de elefante imaginem como fiquei quando cheguei à mesa e o vi lá de prato vazio (pelo menos o meu donut estava a salvo!)!!!

Se eu há segundos queria arrancar a cabeça de uma gorda (e coitada da gorda eu nem a conheço e aposto que nem é gorda, e, confesso que sempre simpatizei com ela - ah mas juro que se é mais uma daquelas que ele diz que são gordas e depois é uma anoréctica de merda eu parto-lhe a louça toda! Já vos contei que nas últimas férias ele me disse que estava rodeado de gente gorda e feia e depois eu quando vi as fotos era só gajas lindas de morrer que até metiam nojo aos cães? Adiante... )

Detesto quando ele se comporta como um Neandertal, e exp
liquei-lhe que estava a sair com o Homo Sapiens!

-Exah! É um bolo!
-Tu perdes a cabeça com comida, isso tem de parar!
-Mas é um bolo...
-Isto não pode continuar.

-Já provaste, como é bom!

(Ele deixou-me um bocadinho para provar, esqueci de dizer. Não provei! Deixei ele comer.)

-...
-Porque estás tão chateada?
-Não estou.
-É porque vou sair com a minha amiga?
-I am so over that now.

-Então, porque estás tão chateada?
-Estou triste, não confundas as coisas.

(Enquanto a conversa durava ia lhe dando do meu donut e ele ignorava a conversa séria e dizia entrecalado "És espectacular!" eu tentava ignorar e fazia um ar sério.)

Olhei para aqueles bolos todos e deu me vontade de comer aquilo tudo e morrer gorda!

Quando saímos de lá ele perguntou-me, agora num registo finalm
ente de quem me estava a levar a serio, o que se passava comigo. Merda! É tão difícil explicar, já em português às vezes é fodido... tentei...

-Só me tenho sentido estranha ultimamente.
-Como estranha?
-Há diferentes tipos de estranha?
-Não era isso...
-Não tenho estado num lugar bom, apenas isso. Quero poder pirar um bocado, antes podia sair todas as noites e beber por um mês ou comer que nem uma doida por um tempo, algum tipo de adição... agora tenho de me comportar.


Ele compreendeu, especialmente a parte do beber e das festas, sendo que ele é um bebedolas de primeira. O que ele não percebeu foi que eu preciso é de me levar ao limite por uns tempos e me foder toda só para depois me curar e o que o quis dizer era "Quero me cortar e não posso".

-Vais... queres te magoar?
-Não, não é nada disso.

Como podia eu ser honesta e dizer que me apetecia tanto cortar-me, tinha aqueles olhinhos lindos azuis, tão meigos a olhar para mim, fodasse e eu nem gosto de olhos azuis! Que raiva! Só me dás olhares frios e gélidos quando não deves, diabo! Quando ten
ho de ser honesta contigo olhas para mim dessa maneira? Achas justo????
Senti-me tão mal... menti-lhe! Mas que escolha eu tinha?


-Tu não és tão doida como tu pensas.
Ele diz me isto tantas vezes... e eu respondo:

-Dá tempo. Tu vais ver.




Edvard Munch, "Cinzas" (1894)


Medicação tomar ou não tomar, eis a questão.

A puta da medicação mais o raio que a pariu é isto, é isto que eu sinto pelos milagrosos, sim, MILAGROSOS, comprimidinhos às cores que foram capazes de me devolver algum bem estar - dizer ALGUM é ser sarcástica, devolveram-me toda a qualidade de vida possível que nunca tive em toda a minha demente existência.
E porquê? Porquê? Mas porque é que eu me sinto assim tão
revoltada contra eles se afinal eles são tão maravilhosos? Afinal eles permitem me:

... dormir, o que eu não sou capaz de fazer de forma acidental como qualquer Ser com um cérebro que se prese, desde os 12 anos, e recorde-se que em 2010 fiquei uns maravilhosos e esplêndidos 15 dias sem dormir - o que para que conste foi uma experiência que degradou todo o meu Ser de uma forma que eu creio que até hoje tem repercussões malévolas.

Para além de me fazerem dormir permitem-me... ter um humor... humm... digamos que aceitável, e isto é o que?
Não acordo a querer matar criancinhas logo pela manhã.
Não vejo, ou melhor não deixo de ver e passo para a agressividade só porque me apetece (principalmente verbal, a física fica sempre mais direccionada para mim). Controlo os meus impulsos.

Não me ando para aí a auto-mutilar só porque sim ou com planos de suicídio e muitas vezes actos de suicídio impulsivo assim vindos do além sabe-se lá porquê (ora porquê? Porque esta cabecinha nunca foi muito boa, essa é que é essa, uns fazem jogging, outros fazem compras estúpidas no ebay, outros planeiam morrer.


Não ouço coisas que não existem - e eu esta agradeço imensamente, é de ir à loucura (ah ah ah, ir à loucura!!!).os querem morrer e vão atrás dos seus sonhos!).
Não sou uma deprimida patética a controlar a lágrima no canto do olho 24h, 7 dias por semana - é desgastante!!!! Não me sinto a Rainha do mundo para depois me sentir um falhanço ambulante e depois o demónio de saias encarnado.
Não sinto raiva, ódio, não quero ser realizadora de filmes de terror do pior que já foi feito até hoje e não vejo coisas macabras nem leio sobre e depois choro a rir. E depois quando estou frágil choro e tenho ataques de pânico e não percebo porquê... Porque é que tenho tantas imagens violentas na minha cabeça? Porque será???
Sinto calma... zen, adoro isto!
Os sintomas obsessivo-compulsivos como que por mágica quase que foram extintos do meu Ser.

Enfim... podia estar aqui horas!!!



Dito isto, porque odeio a medicação se ela me faz tãooooo bem????
Porque eu me tornei um maldito vegetal!!!! E nem sequer um vegetal fofo, tenro com uma cor suculenta! Foi num maldito vegetal verde, duro, daqueles que ninguém quer comer porque ainda nem sequer está madurinho, NEM EU QUERIA COMER, e é um vegetal, porque se fosse tipo uma maça verde mesmo que se não tivesse madura essas ainda se comem e bem agora um vegetal !!!!

Ando com ideias de deixar isto, no inicio fiquei assustada mas agora o receio anda a desaparecer e é isso que me assusta!!!! Um dia uma amiga minha com a qual fiz terapia (alternativa) disse-me "Queria eu um dia ainda de vou ouvir dizer -Eu gosto tanto da minha raiva!" Não que ela tinha razão! Ela sempre me disse para não ter medo dos meus sentimentos, em vez disso para aprender a mergulhar neles, é como uma onda, no mar, quando vem a onda o que fazemos? Mergulhamos! Não saltamos quando já estamos dentro do mar, para nos aguentarmos, temos de mergulhar na onda! Tinhas tanta razão minha amiga...

Eu quero sentir, fodasse! Eu estou completamente amnésia, a comida não tem gosto, eu não sei o que é ter saudades, eu não consigo criar, eu perdi a minha criatividade, ter um orgasmo é uma missão impossível (mas pelo menos eu ainda gosto de sexo, eu quero fazer sempre sexo - conheço pessoas que até para isso é como se tivessem a fazer penitência para o marido :S Que frete!!! No dia que isso me acontecer, por favor alguém me mate!!!! Em contra partida se eu algum dia paro de tomar a medicação cheira me que o meu namorado morre! ah ah ah)

Acho que tenho de falar com o meu médico... é a atitude mais sábia a tomar. Nada que lhe diga em relação a medicação será pior do que no dia em que lhe disse se ele não achava melhor parar com aquela palhaçada de medicamentos e começar mas é fumar uma ervilha aqui e ali. Claro que dado que tenho tendências a ter ataques de pânico esta questão nem se põe, seria uma autêntica estupidez! Anyway perguntar não custa!

E, por fim--> Digam não às drogas (pesadas pelo menos) lol um copinho de vinho (tinto de preferência) aqui e ali só faz bem ;)



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Quadro: The Hangover (Suzanne Valadon), by Henri de Toulouse-Lautrec.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Moody bitch - Primeiro ataque - namorada doida, eu?

Ainda não falei sobre uma das coisas mais importantes, presentemente, na minha vida. E odeio, odeio, odeio, ter de admitir isto - o namorado.

Porque é que odeio ter de admitir isto? Porque andei tanto tempo a enganar-me a mim mesma, a dizer que NÃO PRECISO de um homem na minha vida e quando olho para mim é o mesmo que ter de encarar um espelho que me mostra o quanto eu estava enganada, um espelho que me mostra o quão frágil e vulnerável eu sou e o quão só eu estava e não, eu não gostava e não suportava e sim magoava, magoava como o diabo, e ao que parece eu não gosto assim tanto do inferno a não ser que ele seja um demónio.

Desta vez eu não fugi, não me comportei como uma histérica, psicótica, neurótica, não fiz 30 por uma linha quando senti que me estava a apaixonar, assim só para arrumar uma grande cena e ele fugir a 7 pés e me deixar em paz, não eu não consegui... Com ele eu não fui capaz, ele fazia me sentir tão mas tão bem comigo mesma, na minha pele, tudo parecia tão natural em mim. E eu quase parecia não mais que uma comum mortal.

Até que na semana passada a inquietude, o turbilhão de sentimentos, aquele tsunami de sentimentos esquisitos que não me deixam descansar voltou. Só queria ir para casa dele e partir lhe a louça toda LITERALMENTE partir-lhe aquela merda toda e bater nele também (e não no bom sentido), apetecia-me gritar, lutar, berrar, que violência! Sentia-me tão angustiada, aflita, inquieta, que tormento.
Céus como eu odeio, odeio, odeio gostar de alguém, não ter controlo nenhum sobre o meu coração deixa-me maluca! O que me aconteceu? Eu que não precisava de gajo nenhum para nada acabei aqui assim, apanhadinha por este palerma? (Que de palerma não tem nada...)



Ponto da situação:

Claro que ele sabe que eu sou border, eu contei-lhe logo no primeiro mês de namoro, com muito jeitinho, primeiro falei-lhe que tinha ataques de pânico, depois que tinha ADD, depois falei das tentativas de suicido e que andava em consultas de prevenção mas que estava tudo sob controlo e sempre disse que tinha algo que era considerado mais grave mas que ele não ia querer saber agora. Por fim contei. Ele só perguntou se eu algum dia ia conseguir ser feliz. Eu disse que já era.

Há dias ele disse algo que me deu uns nervos!!! Fora do contexto isto pode fazê-lo parecer um egoísta sem coração mas ele não é. O que ele disse foi algo como "Não quero namorar contigo um ano e depois tu acabares morta!" na altura aquilo não me magoou, claro que não, porque o que ele quis dizer foi "Por favor tu mais vais voltar a tentar magoar-te, vais?" e eu percebi, aliás sempre que ele vê as minhas marcas de cortes ele só diz "Oh isso deixa-me tão triste, minha pobrezinha." (isto traduzido para pt fica tão sem charme lol) mas claro que esta cabecinha doente começou a pensar na merda da frase "Não quero namorar contigo um ano e depois tu acabares morta!", "Não quero namorar contigo um ano e depois tu acabares morta!", "Não quero namorar contigo um ano e depois tu acabares morta!" até que a tirou absolutamente fora do contexto e teve um ataque daqueles!!!!! A frase e mais uma série de coisas e depois já nem era nada, era mesmo só ter de o tratar mal por ter e querer fazer merda por fazer. Acham mesmo que há santo que aguente?

Discuti com ele, mandei o para o caralho (literalmente, mas atenção isso não é assim tão mau, ele é irlandês, por isso, dizer asneiras é algo quase cultural e eu como sou do norte para mim também é na boa, de qualquer maneira numa discussão...) disse que não queria saber mais dele - e como ele ia sair naquela noite - mandei o fazer bom proveito e que encontrasse alguém da sua laia porque eu não era como ele (?!?!) WTF? No outro dia quando percebi a merda que fiz só queria que a terra me engolisse!!!! Fiquei o dia inteiro numa agonia inexplicável sem noticias dele, pensei que ele nunca mais me ia falar (não era o primeiro, mas deste eu gosto a sério) tentei falar com ele e já estava a desesperar, mandei a última mensagem eram já quase 6h da tarde a perguntar se ele me estava a castigar e dar o tratamento do silêncio e se nunca mais ia falar comigo, minutos depois ele disse que não estava com o telemóvel (passou o dia a fazer ski) e claro que ia falar comigo. Nessa noite falamos, ele perguntou se isto vai ser sempre assim, eu disse que vai piorar. Obviamente que ele disse que se for assim ele não vai continuar a aturar isto, num momento eu adoro-o e trato-o super bem, no outro do nada trato-o super mal. Eu disse que se ele não me ajudar piora, porque eu nem dou conta da merda que faço até ao dia seguinte e agora está a começar a piorar porque tudo aquilo em que acreditava era mentira e isso é demasiado confuso para mim.

Não quero ser a namorada doida, não quero, será que isto vai mesmo piorar??? Vou conseguir controlar-me? Disse-lhe que se ele me fizer sentir segura eu controlo-me, controlo? Ou volta e meia vou mesmo querer ir a casa dele e partir aquilo tudo?

Como cheguei ao XS e o que mudou


Eu pedi um S não pedi um XS, a vida deu-me XS como boa borderline que sou só podia ser assim, não é?

As coisas realmente mudam quando ficamos assim magras? Lembro-me de estar gorda (quem nunca leu o meu blog não sabe mas eu já fui - achava eu - gorda!!!!)


--- quick update com 13 anos tinha cerca de 1,70 e 59 kg recusava-me a aceitar o meu novo corpo de mulher, era uma menina e nada mais que uma
menina presa naquela corpo que não condizia comigo, fiz dieta, fiz exercício, fiz tudo o que podia mas estava a crescer e precisava de comer. O que fazer então? Tornei-me bulimica, mas se há alguma coisa em que sou boa é em reconhecer que estou doente e procurar ajuda quando preciso, infelizmente os meus Pais não conseguiram aceitar que o seu bebé era capaz de tal acto asqueroso e não acreditaram em mim. Com quase 15 anos finalmente comecei a fazer terapia, já estava eu na casa dos 40 kg, mal me arrastava.Lembro-me de que tinha medo muito medo, mas bastou uma consulta no psiquiatra para que eu parasse de vomitar e por aquela altura eu vomitava entre 150 a 300 vezes por mês.
Com 17 anos o meu peso estabilizou nos 56 e assim ficou "more or less" até aos meus 24 anos até ao dia em que tive uma recaída e fui internada como conseq
uência da medicação o meu peso disparou em menos de um mês para os 69kg, só na primeira semana engordei 6kg sem comer praticamente.

Eu tenho 1,74, 69kg pode não ser o fim do mundo mas convínhamos são quase 14kg assim em menos de mês, há alma que aguente?
Eu nunca tinha tido celulite na vida, para mim emagrecer sempre tinha sido fácil, e agora com 24 anos estava uma bola de celulite e emagrecer era um pesadelo. Com 14 anos emagrecer é tão mais fácil mas com 24 e medicada é um pesadelo. Foi aí que comecei o "Mia's rewind". ----

Quando era gorda pensava que quando enquanto magra tive tudo e se voltasse a ser magra ia ser feliz... ai que mentira!!!! Sou mais feliz do que quando estava uma badocha? Se disser que não estou a mentir! Estou me a contradizer então. Não! Estou mais feliz sim, mas apenas e exclusivamente com o meu corpo, não é uma felicidade geral. Ser magra não dá uma felicidade generalizada. Na verdade dá mais dissabores que outra coisa, no início fez me mesmo sentir um verdadeiro patinho feio (cheguei a pesar 46kg no Verão passado - sem fazer dieta - não perguntem como nem porquê) toda a minha família me dizia CONSTANTEMENTE o quanto magra eu estava e que "aquilo" não era belo, os meus amigos diziam que eu estava magra demais. Cheguei a conhecer um homem que gostava de mim mas que a minha magreza o surpreendeu pela negativa, imaginem... chorei, chorei muito. Idiota! Claro que a roupa esconde muita coisa e quando ele me viu sem ela deixou de pensar assim mas eu não esqueci o que ele me disse, fiquei completamente paranóica com aquele "magra demais" e comecei a achar que ele me achava era gorda. É uma vez metida em dietas sempre paranóica da dietas! Acreditem esta merda não tem retorno.
Queremos sempre que nos digam "Estás tão magra!", "És magra demais.", "Olha esses ossinhos!" mas o que é demais é demais!!! Quando ouves isso diariamente só te consegues é sentir feia e infeliz.

É bom poderes ir às compras e comprares a merda das calças 34 e a porcaria da camisola xs, claro que é. Mas de que adianta teres um corpo lindo se não tens ninguém para amá-lo e se tu não estiveres saudável? E acredita ninguém te vais amar se tu estiveres a cheirar a vómito.



O meu peso estabilizou e eu emagreci quando parei de tomar laxantes e fazer lf's e nf's ridículos que só me faziam sentir medo e fome, aliás eu acho que já não sinto fome há anos e ao escrever isto sinto culpa e tristeza, existem tantas pessoas neste mundo a passar fome e eu tenho o privilégio de não passar fome e em tempos deliberadamente o fiz e pior, vomitei de propósito... sou patética! Hoje não sinto isso e melhor são raros os momentos em que me sinto cheia. E como odiava essa sensação de estômago cheio, atestado, pilhado de porcarias, que ódio de mim, do mundo! Raiva! Morte! Medo!



Todos somos diferentes mas eis o que funciona para mim:

Habituei o meu estômago a receber poucas quantidades de comida, e agora sempre que tento comer demais não chega nem de perto ao que comia há uns tempos atrás desse modo mesmo que coma mais que a conta nunca é demais.

Faço cerca de 5 a 6 refeições por dia QUASE SEMPRE.
Levanto me as 7h da manhã durante a semana, por isso como às 7h30, 10h, 12h30, 16h, 19h e por vezes antes de dormir qq coisa (moderada ou uns quadradrinhos de chocolate quando ando mais descontrolada - mas não é regra - posso andar assim uma semana no máximo e depois paro).

Todos, TODOS, mas absolutamente todos os dias comer legumes e fruta beber 1,5L de água NÃO é negociável.

No máximo comer 2 pães por dia. (No início da dieta se puderem não comer pão, não comam, eu acho que fiquei 1 mês sem comer pão).

Evitar bolos, fritos, chocolates (lol) não beber durante as refeições. Também não bebo bebidas gaseificadas com excepção de bebidas alcoólicas às vezes - também a evitar.)

Colocar a comida no prato apenas uma vez e o que se colocar lá comer tudo - seja a quantidade que for (não abusem um prato é um prato por alguma razão)- e não repetir mais que uma vez.

Aprender a ser uma criatura de hábitos, pelo menos alimentares.

E claro ingerir alimentos ricos em fibras.

(No próximo post faço um menu.)

E assim sendo peso 53 kg. O meu imc é de 17,5.

Ultimamente ando a comer um bocadinho mais que o habitual por isso esta semana o meu peso está quase nos 54kg, repercussões do Natal :S de qualquer maneira se comer menos o peso baixa para os 50 e confesso que isso me assusta porque a casa dos 40 é algo que me atrai, eu sei que é doentio mas, quando começamos a perder peso... acho que todas sentem um pouco isso... é como um desafio, só mais um, só mais um... e puff!!! Por isso tento manter me sempre a cima dos 50 mas nem sempre é fácil.



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Quadro : "A Ruiva" (1896) de Henri de Toulouse-Lautrec.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Portugal tinha de ficar para trás

Após um final de 2010 caótico e um início de 2011 ainda pior. Sentia-me digamos que não um aborto da Natureza pois pelos vistos até ela se recusava a isso, (e até as minhas tentativas de suicídio não passavam disso: tentativas) mas um autêntico e puro falhanço da dita que mais podia eu fazer? Resignei-me "Se nunca vou gostar de viver, então pelo menos tenho de parar de querer morrer!" Aceitei e procurei ajuda, tentei terminar o meu curso e por uma série de burocracias e parvoíces típicas neste país que é uma autêntica República das Bananas, por uma única disciplina, o pedido foi me recusado, e eis me aqui, mais um ano sem nem perspectivas ou sonhos e a recusar-me a aceitar o diagnóstico de Borderline tipo impulsivo (ainda sem conseguir engolir o rótulo) sem pais, sem uma família presente, com ataques de pânico diários, um caco com pouco mais de 50kg completamente perdida no mundo, nem forças tinha para fazer comida e nem tinha quem ma fizesse. Enquanto tive internada não houve problemas o problema foi quando me deram alta, eu não sabia tomar conta de mim.

Decidi que se me queriam pender naquela faculdade por mais um ano por algum motivo bom tinha de ser. Inscrevi me em aulas de representação, fiz os castings, ia morrendo - não tinha pedalada para aquilo, no terceiro dia de manhã chorei por duas horas - não conseguia mexer as pernas com as dores musculares. Uma semana depois telefonaram-me, eu tinha sido seleccionada. Foi dos momentos mais emocionantes da minha vida, eu prestava para alguma coisa, eu era boa em alguma coisa, entre tantas pessoas, eu era uma das seleccionadas. UAU!!! Fazia parte de algo!!!

Nas primeiras 2 semanas engordei 4kg só em massa muscular mas a minha roupa toda caía-me, aliás até as minhas cuecas me caiam. Ganhei também uma lesão num pulso mas ignorei.
Em Janeiro percebi que tinha uma lesão no outro pulso, obviamente por o esforçar demais para não esforçar o outro, e estava também com princípios de anemia.
As aulas de representação acabaram, eu já não fazia parte, quando estás doente, sais.

Não podia ser, aquele ano tinha de significar algo, eu não podia desistir depois de tudo.
Inscrevi-me em aulas de escrita criativa e decidi continuar os meus estudos de alemão, afinal era por causa das aulas de representação que não tinha seguido estes duas, escrita e os estudos em alemão.
Na Primavera já tinha decidido que me ia mudar para Berlim e tornar-me fluente em alemão, mais uma vez num mês percebi que nunca ia conseguir ter dinheiro para realizar isso. FODASSE!!!! Não ia desistir, outra vez? Precisava de melhorar o meu alemão para seguir os estudos na área que eu queria mas precisava também de dinheiro, com 27 anos os meus Pais a ajudarem-me deixa de ter sentido.
Viena de Áustria, Berlim, Zurique só tinha essas hipóteses e só me mudaria para uma dessas cidades. E mudei!

Foi terrível, uma viagem pelo inferno, sim o inferno é aqui, vi a minha balança marcar 46kg e chorei com medo de morrer (IMC= 15,2 aliás foi mais assustador ainda pois a máquina mediu me mal e deu um IMC de 14,2), parece ridículo, mas uma pessoa que se tenta matar quer morrer nos seus próprios termos, acreditem que quando está a morrer sem querer tem medo como qualquer outro Ser."

Passei estes dois últimos anos a tentar endireitar a minha vida e a minha saúde mas ao mesmo tempo a dar cabo dela e quando parecia que até queria viver a morte vinha me buscar.
Quando finalmente parecia que havia conquistado algo sólido a que me podia agarrar algo vinha e mo tirava.

Então, um dia eu disse para mim mesma "Ei, Exah, tu podes ter tudo, tu mereces ter tudo e não há nada de errado em ser feliz!" nesse dia tudo mudou :) porque até aí eu acreditava mesmo que eu não merecia ser feliz, que isso era uma coisa só para os outros a mim cabia a tortura.

É verdade que às vezes eu ainda penso que mereço ser torturada mas agora eu também sei que a felicidade é algo que me pertence e eu não abro mão dela.

Foi bom ter deixado Portugal para trás e hoje eu percebo que sou o que muitos chamam "doente" porque não tive escolha e agora compreendo o que querem dizer quando dizem que o ambiente em que crescemos contribui muito para o tipo de pessoa em que nos tornamos mas isso é uma história que eu vou contar noutra altura.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Sem conserto


Decidi voltar.

Só não sei se o farei neste blog ou se no outro, penso que no decorrer da próxima semana irei perceber em qual dos dois isso fará mais sentido.

Dei-me conta de duas coisas a primeira foi a de que já não percebo absolutamente nada de blogs e sinto-me completamente às aranhas aqui e a segunda é a de que eu agora provavelmente (de certeza será o termo mais correcto) vou escrever em muito mau português.


Agora, para começar, uma vez que isto é um blog egocêntrico, what's new?
Acabei o curso, vivo noutro país, tenho um emprego, sou mais magra do que o que queria e o meu peso está estável já há mais de quase dois anos (sempre entre 53 e 54 para 1,74 de altura), tenho um namorado, ele é mais maravilhoso do que alguma vez sonhei, parece um príncipe mas não um desses príncipes chatos e aborrecidos sem sal mas um viking, forte, alto, engraçado e inteligente... e, eu continuo a mesma Exah louca de sempre, miserável e fodida da cabeça. Porquê? Acho que algumas pessoas apenas já nasceram assim, é algo interior. Eu sou danificada mas não partida, simplesmente não tenho conserto.


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Quadro: por Michelangelo Merisi da Caravaggio